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2004/04/30

Olha era bem fixe.... 

ANUNCIO DE LA MINISTRA DE CULTURA - El Gobierno rebajará el IVA de los discos del 16% al 4% y el de los libros a un 'simbólico' 1%

Via blog Marretas, via outro blog qualquer.

"Esta medida contribuirá, según Calvo, a que "los ciudadanos compren cultura y los creadores, cada vez más, puedan vivir profesionalmente".....". ah pois é...hm...acho que vou ali a Badajoz um destes fim de semanas, pela gasolina, pela cultura...

De qualquer forma, uma adenda importante - "La medida anunciada por Cultura de rebajar los impuestos en los discos, no obstante, tiene un serio obstáculo. La legislación europea "no permite" a los estados miembros rebajar el tipo de IVA aplicable a los discos, según recuerda hoy EL MUNDO citando fuentes oficiales de la Comisión Europea. No ocurre lo mismo con otros bienes culturales, como los libros o los periódicos, donde los estados miembros sí disponen de la posibilidad de aplicar un tipo de IVA reducido. En este segundo caso, la decisión compete a las autoridades nacionales, que sólo deben informar a Bruselas.
Pero, en el caso de los discos, se requiere una decisión unánime de los Quince para modificar la lista de bienes y servicios que pueden beneficiarse de niveles reducidos de IVA, según recuerdan fuentes de la Comisión."


Será que Sousa Franco ou João Deus Pinheiro podem pôr esta resolução na sua plataforma ?



2004/04/28

Em audição (saudações ao Nuno, ingrato, nunca mais escreves para nós) 

Por sugestão do prolifico autor da Amerika Sonora lá fui ao encontro do novo trabalho dos Lali Puna. São uns falsos calmos estes alemães (" B- Movie", "Call 1-800-FEAR" ), mas não há voz mais envolvente que a Valerie Trebeljahr. Encontro semelhanças com Yo la Tengo.




Entretanto soube que os Explosions in The Sky vão tocar no Porto dia 7 de Maio (e a Lisboa, ninguém convida os moços?). Para alguns será old news, é o que dar não acompanhar os blogs.


Editoras portuguesas querem avançar para venda de música pela Internet 

Deparei hoje com uma esta notícia interessante no DN. Desde logo parece-me óptimo que o mercado discográfico em Portugal saia do estado letárgico que o parece caracterizar que comece a reagir às novas realidades. Não tenho dados oficiais mas não é preciso ser um génio para constatar que do Soulseek ao Kazaa à simples cópia de Cd fazem a sua mossa nas vendas, mais ainda num mercado pequeno como o de Portugal. Mas vamos a factos: quanto é que vai vai ser! Cito da resportagem - Uma primeira proposta da editora (Universal) prevê a venda de canções top a 1,40 euros cada, temas mid-price (isto é, seis meses depois) a 80 cêntimos e budget (um ano depois) a 60 cêntimos.

Eh...se quisermos o Cd inteiro que seja novidade, vamos ter que continuar a pagar os tais 16 / 17 Euros (multipliquemos 1,4 Euros por 12 temas, usual num Cd). Talvez um dos Explosions in the Sky ou dos Supersilent já compense....

Claro que o projecto está numa fase incipiente, mas com estes preços não vamos lá.


2004/04/27

Arrisco? 

Apesar da intenção no post aqui abaixo do Tiago de começar a escolher melhor os concertos deixo uma sugestão, arriscadita pode considerar-se, mas que no final deve valer a pena porque Erlend Øye tem algum CV que justifique os prováveis 20 Euros de bilhete.

Vai estar no Lux em Lisboa a 13 de Maio para apresentar mais um Cd da série de Dj Kicks (onde se convidam Djs conhecidos para compilarem, começou em 96 com a dupla K & D, desde então já passaram os Thievery Corporation, Kid Loco, Nightmares on Wax, Tiga, la creme habitual dessas compilações summer chill). É verdade que um nome como Erlend Øye pouco deve dizer à maioria, além da pista que o moço deve provir de um país nórdico, Noruega mais concretamente. Mas se acrescentarmos que ele é a metade criativa dos Kings of Convenience, autores do clássico Quiet is The New Loud, que começou um projecto a solo o ano passado com Unrest considerado dos melhores álbuns de electrónica na lista de Ricardo Saló para a Actual do Expresso em 2003, dissipa alguma desconfiança.




Já ouvi por alto este novo Dj Kicks e confesso não me entusiasmou por aí além. Há imensos músicos nórdicos que colaboram nas versões remixadas - Jürgen Paape , os Röyksopp, Morgan Geist - a par de faixas inalteradas dos The Rapture ou a agradável pop de Phoenix. No final o conjunto é uma electrónica muito melo, não que não seja melódico, mas bem mais "molinho". O factor de originalidade aqui é que o Dj mistura e canta (e bem!). Aliás uma das músicas que na sua versão original eu tinha uma aversão aguda "It's going to be a fine night Tonight" (não sei de quem é, mas lembra-me um videoclip particularmente irritante , finais dos anos 90, com uma rapariga de cabelo azul (?) a trautear " it's going to be a fine night tonight, its going to be a fine day tomorrow.....lalalalalilalala", não se percebe? ...), aqui quase torna-se ...menos mau.

De qualquer forma estou curiosa e de sobrancelha levantada. Irei ou não?


2004/04/23

Desilusão 

Spaceboys + Micatone, Aula Magna, 18 Abril 2004

Que me lembre, nunca houve em Lisboa uma saturação tão grande de concertos interessantes como a que está a acontecer esta primavera e início de verão. Não sei se a culpa é da crise, do rock in rio, do euro ou seja lá do que for, mas o que é certo é que tanta oferta torna a vida de “concerteiros impulsivos” como eu bastante difícil. Com bilhetes a rondarem geralmente a casa dos 20 Euros por concerto, é impossível esticar a carteira para ir a todos, e há que escolher aqueles que nos parecem prometer uma melhor e mais memorável actuação ao vivo ou então aqueles de quem somos verdadeiramente fãs, e cujos discos já ouvimos vezes sem conta.

Tendo em conta este critério, no domingo passado perdi o amor a 18 Euros para ir ver o concerto dos Spaceboys (de quem não gosto particularmente) e dos Micatone (estes sim, gosto bastante do Is you is, já o ouvi muitas vezes, é bom para o escritório). Entre tanta oferta, não foram muitos os que como eu acederam a este chamado, pois a Aula Magna estava a menos de meia casa.

Primeiro os Spaceboys. Uma apresentação pobre no palco, os 3 rapazes do espaço estavam meio enterrados no meio de tanto equipamento, caixas e caixinhas, nenhum elemento decorativo a não ser umas luzitas. Tocaram e puxaram pelo público, com apelos “vamos lá, isto É música de dança...” lá houve quem se levantasse, mas a coisa só aqueceu até á entrada em cena do MC. Mais apelos ao público e a coisa animou, diria que enquanto mais de metade dos presentes dançava, uma minoria restante bocejava... Isto porque ao vivo a música não estava a resultar. Demasiadas camadas de som, batidas, samples, baixo, guitarra e vozes do MC resultavam num todo indistinto, como uma salada com tantos ingredientes que deixa de se sentir o característico sabor de cada um. Lá dava para abanar o corpo, mas pouco mais... ainda para mais foi uma actuação de quase 2 horas, que parecia interminável.

Devido á longa actuação dos Spaceboys, já iam altas as horas quando os Micatone subiram ao palco, o que não é adequado a uma noite de Domingo e por esta altura o público estava meio sonolento. No seu estilo calmo, os Micatone apresentaram arranjos muito semelhantes aos do disco, e em que a voz, elemento de destaque no disco, se perdia no meio dos instrumentos. Muito calmos, não puxaram pelo público nem foram dados a rasgos de alegria, o que acabou por tornara coisa algo penosa e mais ou menos desinteressante tendo em conta a letargia própria da noite de domingo. Ao fim de um bocado todas as canções soavam mais ou menos semelhantes, faltava certamente algum rasgo de inspiração aos músicos, se calhar não era só o público que sofria com a letargia...

Acabou por não ser (muito) mau, mas podia facilmente ter sido muito melhor... (nota pessoal: escolher melhor os próximos concertos...)


2004/04/21

Soothing 

Esta manhã apanhei por acaso na Antena 2 o 5 minutos de Jazz às 9:25 (passará todos os dias a esta hora? qual é o horário deste programa?).

No pratos o saxo barítono de Gerry Mulligan num arranjo de uma música de Django Reinhardt. 5 minutos sublimes de jazz suave.

Creio que o álbum era este.






2004/04/20

I see explosions in the sky 

Conotados com a família post-rock /guitarradas a par dos Mogwai e dos GYBE! (Goodspeed You Black Emperor! ) os Explosions in the Sky são um quarteto do Texas a dar nas vistas no terreno do rock experimental. Estão na "família" no sentido em que apresentam também temas longos (neste trabalho 5 com mais ou menos 10 minutos cada), composições assentes em guitarras, sem voz, quase um trabalho orquestral que vai criando ambientes e texturas.


Na realidade, o que mais me recordou ao ouvir Earth is not a Cold Dead Place foi o LC dos Durutti Column. Há também um optismo que perpassa pelos temas. As melodias são delicadas, os tais rendilhados de guitarras que denotam muito cuidado e os momentos explosivos aqui são mais controlados e raros ( por exemplo, no final de "The only Moment we were alone", ou a bateria a marcar crescendo de o "Your hand in mine"). Não há tanto a habitual viagem tipo montanha russa de "quiet/loud/quiet". Outro facto interessante é que cada tema parece querer contar uma história. Reparem nos nomes: "The first breath after coma", "The only moment we were alone", "Six days at the bottom of the sea", .... Engraçado que vim a confirmar esta minha impressão numa entrevista que a banda deu aqui.

É daqueles álbuns que dá para a contemplação. Não é para ouvir a dois, ou num bar, mas antes numa solidão que vem só de olhar para o céu . Imagino nebulosas.







2004/04/19

O Concerto dos fãs 

Tindersticks, Coliseu de Lisboa 16 de Abril 2004

Como na piada era uma vez um rapaz que só tinha os dois primeiros álbuns, um que não tinha nenhum, e uma que tinha uma discografia mais completa, mas elás, não o primeiro álbum. Quem gostou mais do concerto de sexta feira? O que tinha os dois primeiros álbuns saiu de lá a esfregar as mãos de contente já que dos 18 temas apresentados, 13 (13 bolas!) eram dos dois primeiros (a saber, que eu dei-me ao trabalho: "City Sickness"," No More Affairs"," She´s Gone", "Buried Bones", "Tiny Tears", "Cherry Blossoms", "El Diablo en el Ojo", "A Night In", "Raindrops", "Whisky and Water", "Blood", "Travelling Light", "Patchwork"). O que não conhecia nada achou tudo meio parecido ainda que bom (a esta altura comparações a Nick Cave e Velvet Underground pelo órgão estavam no centro da mesa). A, à falta de melhor descrição, idiota que foi investindo sempre na banda achou que foi excelente, ainda que rogando certas pragas - porquê só os dois primeiros? Dizem que foi um concerto para os fãs. Desculpem lá, mas verdadeiros fãns são aqueles que gastam do seu guito cada vez que sai um álbum novo, sim inclusive o Can Your Love. Este, no mínimo, foi para os que gostavam Tindersticks versão 90's. O verdadeiro fã, vulgo eu, ficou com uma sensação de ter sido algo defraudada. Prontos(s) Stuart eu não tenho o Tindersticks (I) ! Estás contente? Como pudeste querer castigar-me por este pequeno deslize???

Tour de France

Aparte destas considerações algo egoístas sexta feira apresentou-nos uns Tindersticks versão mais redux que da última vez que os tinha visto (secção de cordas apenas o Dickon Hinchliffe no violino), luzes cuidadas para o cenário intimista (tons quentes de vermelho e laranja a combinar com a torrente de blood que saltam das letras) , uma casa meio cheia, mas cheia de fãs é certo, que reconheciam às primeiras notas todas essas imensas canções do primeiro álbum (foi mais neste ponto que me senti idiota, eu, a vulgo fã, não reconheci quase nada…). Se houve um momento de comunhão em que músicos e audiência partilham esse espaço de identificação, foi o "Tiny Tears" seguramente. Pareceu-me, se calhar para outros foram outros temas…

O concerto, incluído no Galp Lounge Tour, era para durar pouco. 20 Euros é uma hora a tocar e já vais com muita sorte. Mas o público bateu pé (literalmente), quis mais, e dos 3 encores e palavras quase inaudíveis de Stuart Staples parece que eles gostaram, e muito, também.

P.S.: Fiquei cheia de vontade de adquirir por vias legais o Tindersticks (I)


2004/04/15

Dêem-me café e televisão... 

Quando vou a guiar, numa estrada que já conheço bem e em que não está muito trânsito, tenho tendência para entrar em piloto automático, abstrair a mente da tarefa de conduzir, e deixá-la vaguear por aqueles pequenos problemas do dia-a-dia que insistem em que se procure uma solução para eles.

Hoje, num desses exercícios, fui surpreendido na Radar (ou seria na Oxigénio?) por “Coffee and TV” dos Blur. Não sendo grande fã dos Blur, não sei qual é a mensagem implícita a esta canção, nem nunca me dei ao trabalho de analisar sobre o que trata. No entanto sempre me pareceu ser uma canção optimista que diz “deixa os problemas resolverem-se por si”. Talvez seja daquela tirada “So we can start over again”...

Hoje, à hora de almoço, não podia ter caído melhor...


2004/04/14

Sai um jazzesito contemporâneo para a mesa do canto faz favor... 

Skalpel – Skalpel

Cheguei a este disco através de um post no error_404, onde se falava de proximidades sonoras com os Cinematic Orchestra. Curiosamente (ou talvez não), os Skapel são editados pela Ninja Tune, editora com tradição na àrea do Jazz electrónico, sendo a mesma editora dos já mencionados Cinematic Orchestra e também dos Jaga Jazzist, Dj Vadim, Amon Tobin, Mr. Scruff e Up Bustle and Out, entre outros. Skalpel

Os Skalpel são um duo polaco, e é curioso notar-se que a Polónia era um dos países da cortina de ferro em que havia uma maior tradição jazzistica (veja-se por exemplo as compilações Polish Jazz e Go Right editadas pela JCR há já algum tempo). Neste disco de estreia, foi precisamente nos arquivos dessa herança polaca que mergulharam para encontrar material que poderiam samplar.

O resultado é um disco que tem de facto grandes afinidades sonoras com os Cinematic Orchestra, sendo sobretudo próximo do som do primeiro disco destes, Motion, editado em 1999. Está lá aquele ar sofisticado que é dado pela mistura dos beats electrónicos com os samples de instrumentos reais, e os inevitáveis samples vocais que lhe dão o toque “cinemático”... e é esse o principal defeito deste disco de estreia dos Skalpel: em 2004 este som tem um sabor a déjà vu, a algo que já ouvimos antes, e não a algo particularmente inovador.

Não que seja um mau disco, antes pelo contrário... Poderia pegar no título da segunda faixa do álbum e dizer que ele é “Not too bad”, mas não lhe estaria a fazer justiça, porque o disco é melhor do que isso. Consegue pegar num som semelhante ao do já referido Motion e levá-lo para uma esfera um pouco mais upbeat, um pouco mais “dançável propriamente dito” ao invés de “dancável na horizontal”, o que faz com que seja, por exemplo, adequado para animar uma tarde no escritório sem que se torne demasiado intrusivo no ritmo de trabalho. Os ritmos, os beats e os samples são mais aventureiros que aquilo que a Cinematic Orchestra oferece, mas perde-se um pouco do toque intemporal que tanto aprecio em discos como Man with a Movie Camera. Por outro lado, falta um pouco daquele lado mais aventureiro, mais esquizoíde e des-estruturado dos ritmos dos Jaga Jazzist, que poderiam tirar algum do sabor a déjà vu do disco.

Quem já estiver enjoado deste som, que evite. Quem ainda não estiver farto e gostar do género (como eu) não vai ficar decepcionado...


2004/04/13

A propósito de Kurt Cobain 

Passam este mês 10 anos sobre a morte de Kurt Cobain (e o consequente fim dos Nirvana). Um pouco por todo o lado celebra-se a sua música e influência, e no outro dia pude assistir a um "rockumentary" mais ou menos idiota na MTV sobre a sua carreira.

Sobre este assunto, leia-se o texto "When The Edge Moved To The Middle" de Thurston Moore (dos Sonic Youth) publicado na Ampola.


2004/04/07

Preguiça... 

Confesso que hoje o cansaço e a perguiça prevaleceram sobre a capacidade de actualizar A Corneta.

Recorro a um subterfúgio... um link que interessará sobretudo a curiosos das guitarras, e que é dedicado ao Sr. Bom Selvagem:


Big Muff


Haverá alguma coisa mais rock que isto?



2004/04/06

Zero 7, 6, 5, 4... Zero 3 

Zero 7, Coliseu de Lisboa 4 de Abril 2004

Comparando com o concerto de sexta feira os Zero 7 apresentaram-se em palco com uma pobreza franciscana, apenas um reles lençol pendurado a identificar a banda. Guitarra, baixo, bateria, os mentores da banda, Henry Binns e Sam Hardaker, a programar, teclado, e já vais com muita sorte. Se nos álbuns existem tantos sons incorporados : trombone, clarinete, flauta, violinos, ..., foi pena não se poder viajar com estes “extras” valiosos. Não que isso afastasse o público. Os "tugas" aderiram com a generosidade habitual, reconhecida por tantos outros artistas (mais, parece-me que “ histericou” completamente). Estou a ser má. É impressionante ver das galinheiras um coliseu a abarrotar, aquela configuração de balão cheio, luzes a piscar de câmaras digitais e telemóveis (pois, agora já não se pode fumar…só quando as luzes apagam), embora ache que toda aquela vibração fosse …exagerada.

A música Zero 7 é agradável, melódica. “Epá isto ouve-se muito bem” ( obrigado ao Miguel X-way que contribuiu para metade do bilhete). Mas originalidade nos arranjos, projecções, espectáculo, brilho, fugir para além da reprodução competente do que já ouves nos Cds, acho que não houve. O grupo tem muito bom gosto, não o nego, a começar logo na escolha das vozes (destaque da noite para Sophie Barker, impecável em “ Destiny” e a fechar a noite com “Distractions”). É que são todas “vozeirões ( a saber : Mozez , Tina Dico , Yvonne John Lewis, Sia Furler ), que impõe ao que já é melódico uma perfeição doce . Coisa que me irritou, as “vozes” iam entrando e saindo do palco, um desfile a lembrar mais ou menos uma Operação Triunfo.

Bem sei que não se notou quase a transição da primeira para a segunda parte do concerto (assim como não se nota a diferença do Simple Things para o When it Falls), mas de facto houve uma primeira parte dedicada ao último álbum – começou com “Warm Sound”, seguiu com “Home”, “Somersault”, “Passing by”, “When it Falls” , “Speed Dial n.2” (um alinhamento quase igualzinho ao do álbum, sempre bom quando o artista ajuda a blogger) – por volta desta altura entra bloco 2 e o primeiro álbum – “In the Waiting Line”, “Destiny”, “I have seen”…

O público adorou. Os Zero 7 adoraram o público. Houve 3 encores. Parecia que era Verão. Parecia que era um concerto muito bom.

Temos fotos. Teremos fotos.

Outras opiniões : País Relativo.


2004/04/05

Die Mensch-Maschine 

Na sexta-feira o Coliseu estava quase esgotado. Assim, a olho, diria que no Coliseu dos Recreios caberão cerca de 4.000 pessoas. Se analisássemos aquilo em que consiste o concerto dos Kraftwerk da mesma forma como analisamos os concertos de outros músicos soi disant normais, custaria perceber porque é que tanta gente se dá ao trabalho e à despesa de encher uma sala daquelas para os ver. Ora vejamos:

- Ouvir as músicas em novos arranjos: os arranjos apresentados são praticamente iguais aos dos discos, tudo parece vir pré-gravado e pronto a aquecer;
- Instrumentistas virtuosos, solos, etc...: nada, apenas 4 laptops. Nem sequer há montanhas de sintetizadores moog vintage em palco para encher o olho. Mais minimalista que isto impossível;
- Ver os músicos a actuar: os Kraftwerk quase não se mexem em palco, e não falam uns com os outros;
- Empatia e comunicação com o público: apenas um tímido “obrigado” no fim da performance...

Embora sem contar com nenhum destes ingredientes, a prestação em palco dos Kraftwerk foi notável, e isso, a meu ver, deve-se ao facto dos Kraftwerk não terem dado, na passada sexta-feira, um concerto. Deveria talvez falar-se de instalação audiovisual ou de performance multimedia de arte contemporânea, em que a música ocupa um papel central mas não exclusivo. E se analisarmos a coisa por esta bitola faz sentido que se possa dizer que de facto a actuação dos Kraftwerk foi espantosa.

Durante cerca de 2 horas, foram apresentadas ao público as “issues” que nortearam a carreira dos Kraftwerk ao longo de mais de 30 anos (a ligação homem máquina e a alienação do primeiro pela última, o progresso tecnológico, as suas implicações para o ambiente, etc...), numa ligação muito inteligente e conseguida da música com os efeitos visuais projectados no fundo do palco e com os efeitos cénicos em palco, tudo servido com uma força e intensidade que contrasta com a imobilidade dos músicos em palco, que o público facilmente reconhece e a que rapidamente adere. Somando todos os elementos que constituem a prestação que nos foi dada a assistir (a música, a componente visual, a performance dos artistas propriamente dita e a as ideias que estão por detrás desta e que se pretendem questionar) estamos claramente perante um caso em que o todo é maior que a soma das partes...

E é espantosa a forma como a música dos Krafwerk continua a soar futurista, inovadora e influente mais de 30 anos depois dos primeiros álbuns. Muito se falou da forma como os Kraftwerk influenciaram toda que a música em que a electrónica desempenhasse um papel, chegando mesmo por vezes a ser comparados aos Beatles. Se dúvidas tinha em relação a estas afirmações, a passada sexta-feira todas desfez.

Tão depressa não voltaremos a ver algo assim. Podia ter sido uma performance para apenas alguns felizardos numa qualquer galeria de arte. Foi um “concerto” no Coliseu, e o resultado final ganhou em dimensão pela presença de tanta gente na sala. Neste ano de incrível fartura de concertos, acho que se não assistisse a mais nenhum não teria do que me queixar...

Outras opiniões? Vareta, Ampola, Juramento etc...

Já agora aproveito para agradecer à pessoa que no meio da multidão me ofereceu um daqueles tubos azuis fluorescentes. Se alguém me souber dizer onde é que se compram...


2004/04/02

O Público andará a ler A Corneta? 

O assunto de capa do Público de hoje é o concerto dos Kraftwerk, como que a provar a importância da actuação do grupo esta noite em Lisboa. Ora com grande satisfação constato que a foto usada para ilustarar a capa já pode ser admirida pelos visitantes d’ A Corneta no meu post do passado dia 23 de Março. Será que temos algum jornalista do Público entre os nossos leitores?

De qualquer forma o Público dedica também uma entrevista aos Kraftwerk, que podem ler aqui.

Aproveito também para deixar aqui o link para a letra do Hall of Mirrors (Vareta Mix 2004)...


2004/04/01

Revisionismo histórico... 

Esta noite, a seguir ao jantar, instalei-me confortávelmente no sofa da sala, e a meio do processo de zapping deparei-me com um documentário sobre o Grunge no VH1. Apareciam músicos conhecidos (Thurston Moore, Billy Corgan, Kim Tahyil) e grungers de segunda linha (Tad Doyle dos Tad, King Buzzo dos Melvins, Van Conner dos Screaming Trees etc...) a falar sobre o movimento na cena de Seattle em inícios de 90. O documentário em si não era nada de especial, mas fez me ir à caixa dos CDs esquecidos buscar isto:


Sub Pop 200
SUB-POP 200


A compilação de apresentação da SUB POP, editada em 1988 e que contava já com muitas das bandas que daí a uns anos seriam famosissimas: Nirvana, Soundgarden, Mudhoney, Screaming Trees, The Walkabouts, Tad, e outros que acabaram por nunca chegar tão longe...

Esta compilação era rarissima até o grunge explodir, depois foi re-editada, mas ainda assim era difícil de encontrar à venda num Portugal de tempos pré-amazon, e por isso durante um tempo foi uma espécie de joia da minha coleção de grunge... Ora é precisamente aqui que queria chegar. 10 anos depois, muito neste disco me parece bastante mau, e interrogo-me como poderei alguma vez ter tido paciência (e mesmo muita vontade) para o ouvir... há que reconhecer que este disco envelheceu malzito! (isto sem descrédito a trabalhos posteriores de algumas das bandas...)

Para espairecer fui ouvir o Badmotorfinger dos Soundgarden (na época era um dos meus discos preferidos). Fiquei aliviado ao constatar que esse, felizmente, envelheceu bastante melhor.

Será que daqui a 10 anos alguém vai reviver o grunge numa mutação Electroqualquercoisa?



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