2004/04/23
Desilusão
Spaceboys + Micatone, Aula Magna, 18 Abril 2004
Que me lembre, nunca houve em Lisboa uma saturação tão grande de concertos interessantes como a que está a acontecer esta primavera e início de verão. Não sei se a culpa é da crise, do rock in rio, do euro ou seja lá do que for, mas o que é certo é que tanta oferta torna a vida de “concerteiros impulsivos” como eu bastante difícil. Com bilhetes a rondarem geralmente a casa dos 20 Euros por concerto, é impossível esticar a carteira para ir a todos, e há que escolher aqueles que nos parecem prometer uma melhor e mais memorável actuação ao vivo ou então aqueles de quem somos verdadeiramente fãs, e cujos discos já ouvimos vezes sem conta.
Tendo em conta este critério, no domingo passado perdi o amor a 18 Euros para ir ver o concerto dos Spaceboys (de quem não gosto particularmente) e dos Micatone (estes sim, gosto bastante do Is you is, já o ouvi muitas vezes, é bom para o escritório). Entre tanta oferta, não foram muitos os que como eu acederam a este chamado, pois a Aula Magna estava a menos de meia casa.
Primeiro os Spaceboys. Uma apresentação pobre no palco, os 3 rapazes do espaço estavam meio enterrados no meio de tanto equipamento, caixas e caixinhas, nenhum elemento decorativo a não ser umas luzitas. Tocaram e puxaram pelo público, com apelos “vamos lá, isto É música de dança...” lá houve quem se levantasse, mas a coisa só aqueceu até á entrada em cena do MC. Mais apelos ao público e a coisa animou, diria que enquanto mais de metade dos presentes dançava, uma minoria restante bocejava... Isto porque ao vivo a música não estava a resultar. Demasiadas camadas de som, batidas, samples, baixo, guitarra e vozes do MC resultavam num todo indistinto, como uma salada com tantos ingredientes que deixa de se sentir o característico sabor de cada um. Lá dava para abanar o corpo, mas pouco mais... ainda para mais foi uma actuação de quase 2 horas, que parecia interminável.
Devido á longa actuação dos Spaceboys, já iam altas as horas quando os Micatone subiram ao palco, o que não é adequado a uma noite de Domingo e por esta altura o público estava meio sonolento. No seu estilo calmo, os Micatone apresentaram arranjos muito semelhantes aos do disco, e em que a voz, elemento de destaque no disco, se perdia no meio dos instrumentos. Muito calmos, não puxaram pelo público nem foram dados a rasgos de alegria, o que acabou por tornara coisa algo penosa e mais ou menos desinteressante tendo em conta a letargia própria da noite de domingo. Ao fim de um bocado todas as canções soavam mais ou menos semelhantes, faltava certamente algum rasgo de inspiração aos músicos, se calhar não era só o público que sofria com a letargia...
Acabou por não ser (muito) mau, mas podia facilmente ter sido muito melhor... (nota pessoal: escolher melhor os próximos concertos...)
Que me lembre, nunca houve em Lisboa uma saturação tão grande de concertos interessantes como a que está a acontecer esta primavera e início de verão. Não sei se a culpa é da crise, do rock in rio, do euro ou seja lá do que for, mas o que é certo é que tanta oferta torna a vida de “concerteiros impulsivos” como eu bastante difícil. Com bilhetes a rondarem geralmente a casa dos 20 Euros por concerto, é impossível esticar a carteira para ir a todos, e há que escolher aqueles que nos parecem prometer uma melhor e mais memorável actuação ao vivo ou então aqueles de quem somos verdadeiramente fãs, e cujos discos já ouvimos vezes sem conta.
Tendo em conta este critério, no domingo passado perdi o amor a 18 Euros para ir ver o concerto dos Spaceboys (de quem não gosto particularmente) e dos Micatone (estes sim, gosto bastante do Is you is, já o ouvi muitas vezes, é bom para o escritório). Entre tanta oferta, não foram muitos os que como eu acederam a este chamado, pois a Aula Magna estava a menos de meia casa.
Primeiro os Spaceboys. Uma apresentação pobre no palco, os 3 rapazes do espaço estavam meio enterrados no meio de tanto equipamento, caixas e caixinhas, nenhum elemento decorativo a não ser umas luzitas. Tocaram e puxaram pelo público, com apelos “vamos lá, isto É música de dança...” lá houve quem se levantasse, mas a coisa só aqueceu até á entrada em cena do MC. Mais apelos ao público e a coisa animou, diria que enquanto mais de metade dos presentes dançava, uma minoria restante bocejava... Isto porque ao vivo a música não estava a resultar. Demasiadas camadas de som, batidas, samples, baixo, guitarra e vozes do MC resultavam num todo indistinto, como uma salada com tantos ingredientes que deixa de se sentir o característico sabor de cada um. Lá dava para abanar o corpo, mas pouco mais... ainda para mais foi uma actuação de quase 2 horas, que parecia interminável.
Devido á longa actuação dos Spaceboys, já iam altas as horas quando os Micatone subiram ao palco, o que não é adequado a uma noite de Domingo e por esta altura o público estava meio sonolento. No seu estilo calmo, os Micatone apresentaram arranjos muito semelhantes aos do disco, e em que a voz, elemento de destaque no disco, se perdia no meio dos instrumentos. Muito calmos, não puxaram pelo público nem foram dados a rasgos de alegria, o que acabou por tornara coisa algo penosa e mais ou menos desinteressante tendo em conta a letargia própria da noite de domingo. Ao fim de um bocado todas as canções soavam mais ou menos semelhantes, faltava certamente algum rasgo de inspiração aos músicos, se calhar não era só o público que sofria com a letargia...
Acabou por não ser (muito) mau, mas podia facilmente ter sido muito melhor... (nota pessoal: escolher melhor os próximos concertos...)