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2007/01/25

O'queStrada 

Segundo a minha amiga Margarida esta era uma das noites mais brancas do B.leza, com casa cheia, muita animação e alguns passitos de dança para receber os almadenses O'queStrada. O dia já vai longo e a vontade de escrever escasseia, até porque encontro difícil categorizar um grupo assim: um quinto de flamenco, dois de fado, mais chason francesa, mais brasileireda e muito sotaque estrangeirado (quer fosse crioulo, quer inglês). O O'queStrada ainda não tem albúm, apenas um EP de 5 músicas, mas em palco conseguem com ajuda de Martinho da Vila, Elis Regina, Robert Flack (a do "Killing me Softly") compor um concerto muito original, cheio de instrumentos improvisados, expressão corporal e alegria. Temas originais não abundam e algumas letras eram muito probrezinhas, défices ultrapassados pelo estilo em palco e detalhes que encheram a noite (gostei muito do "Cry me a River" à luz do candeiro).Mesmo que Sandro (nome apropriado para o músico) levasse a sério o Tomatito que claramente não habitava nele e ussasse um número de calças abaixo. Desenvolver isto agora seria laborioso. Palmas para a Miranda, uma cantora muito expressiva, para o guitarrista (de guitarra portuguesa) Lido (Limo? Lima?). A banda volta ao Sul no próximo fim de semana e para um concerto grátis no Incrível Almadense no dia 2 de Fevereiro. Eu ia.


2007/01/24

MPB.pt 

Respondendo ao simpático convite da Sofia, eis-me a iniciar a minha colaboração num blog sobre música...começando por propor um livro.
No livro "MPB.pt" (editora "Tinta da China") constam transcritas 16 entrevistas a músicos brasileiros concedidas ao programa de rádio "Pessoal e ...Transmissível" , da responsabilidade do jornalista Carlos Vaz Marques e emitido pela TSF.
Entre os entrevistados, para além de nomes consagrados como Chico Buarque, Milton Nascimento e Caetano Veloso, encontramos outros músicos não tão divulgados entre nós mas de excelente qualidade, como Edu Lobo, Chico César, Tom Zé e Hermeto Pascoal, provando que o filão da música brasileira é inesgotável.
Trata-se de um livro cuja leitura recomendo vivamente, para quem se interessar por música brasileira (ou, melhor dizendo, para quem gostar de música): podemo-nos deliciar com episódios como o encontro de Hermeto Pascoal com Miles Davis, a incapacidade do grande Tom Zé para fazer "canções bonitas", a recusa de Edu Lobo em aceitar o titulo de sucessor de Tom Jobim, o impacto que Ray Charles teve num jovem Milton Nascimento, ...entre muitos outros episódios.
O livro é acompanhado por um CD Audio, com excertos das entrevistas transcritas. No site da TSF, constam algumas entrevistas para audição: para despertar o apetite, sugiro a audição da entrevista a Tom Zé.
Aqui fica Elis Regina, cantando "Upa Neguinho, de autoria de Edu Lobo. Boas músicas para todos!


2007/01/19

Dançar na favela 


Em Paris não há favelados mas gosta-se de dançar como um. De fim de semana na cidade tive a sorte de sair com um quase nativo para tomar uns copos e conhecer a noite. Se ao escrever isto reparo na emergência de uma faceta de Vitór Rainho que desconhecia (que Vitór??? Um fulano que escreve uma página "interessantíssima" no Tabu/Actual sobre a "noite" portuguesa. Sempre me surpreendeu quantas linhas se podem encher sobre casas cheias, caras bonitas, copos, a própria expressão "noite". Nunca ninguém diz estou no "dia". E no entanto, agora sou eu a escrever sobre o mesmo. Ironia.). O certo é que me tenho apanhado em sítios novos, música e gente diferente que me levam a concluir que isto da "noite" até tem alguma coisa que se lhe diga. Enviarei o cv.

Favela chic antes de ser bar (ou depois, porque o bar abriu primeiro em Paris em 95 sendo mais tarde fanchisado para Londres), é também um sub género musical. Um mix de samba e funk carioca que tanto te pode pôr a dançar Seu Jorge como o Bonde do Tigrão. O espaço, uma sala absolutamente banal, destaca-se pela profusão de santinhos e quadros de Cristo e Maria de ar meloso e coração palpitante que lançam o seu ar piedoso sobre a mescla de corpos que se dilui na pista (vulgo mesas e espaço em frente ao balcão). Outro sinais do chic favelado são as havaianas a 12 Euros e caipirinhas a 10. Uma das coisas mais notórias neste conceito é que a distância de segurança que qualquer português está habituado a encontrar nas casas nacionais aqui é simplesmente ignorada. A expressão todo ao molho, aplica-se. O que de certa forma é muito libertador. Como não há espaço, ninguém se preocupa muito como danças que permite dar uma oportunidade à Jennifer Beals que habita em nós para se expressar. Notei ainda que a arte de um bom Dj faz uma pequena multidão acelerar. Nunca pensei que um scratching bem aplicado ao "Boys don´t cry" causasse tanta comoção entre a assistência. Se passarem por Paris, não se esqueçam de ir à Favela.


2007/01/13

Primeira “Cornetada” 

É chegada aquela altura do ano em que fazemos um balanço do que passou e planeamos o que queremos fazer.... Assim sendo, e no meio da minha longa lista de coisas a fazer, está uma muito importante:
O convite da Sofia para colaborar aqui com a Corneta, que surgiu na sequência das nossas longas conversas a caminho do curso de Cinema.... E de chegarmos à conclusão, que mesmo agora que deveriamos ser adultas bem comportadinhas, que supostamente só teriamos conversas sobre coisas sérias, continua a fazer todo o sentido do MUNDO, falar, partilhar e vibrar com uma das nossas grandes paixões, a MÚSICA....
Desta forma, cá estou eu, aceitei o convite e este é o 1º post :)

Vou começar por partilhar algumas das descobertas que fiz em 2006. Isto porque, também eu, à semelhança do comum do mortais tenho os meus Tops, confesso que tenho algumas parecenças com o Rob Gordon (personagem central do filme e livro "High Fidelity") - o gajo tinha um Top 5 para tudo....

Hoje trago aqui os vencedores na categoria de
melhor Coreografia do ano
São eles - os OK GO, a música é fixe, não tem um som inovador, mas os passinhos de dança destes meninos....Hum, como dizer....são diferentes....Estão muito à frente
Ora vejam aqui:

Sofia, depois disto ainda queres ir à dança do ventre??? Pensa bem...

Ciao




2007/01/10

Entretanto 


Enquanto espero novos posts (até de novos colaboradores!), vou cumprindo os meus dois posts semanais estabelecidos pelo contrato de pré-época. Divirto-me com o lettering da Corneta. Se ontem estava Sex Pistols hoje recebe uma clara inspiração Daft Punkiana. Iron Maiden, quem sabe, amanhã.

Ontem, por razões que agora seriam laboriosas aqui desenvolver (que se prendem com o facto de estar "presa" ao mesmo canal há uma semana) tive oportunidade de ver The Filth and The Fury, documentário realizado por Julian Temple sobre os Sex Pistols em 1980, dois anos após o fim da banda. Não só é partir a rir, desde os começos aúreos a roubar o equipamento do backstage do David Bowie, mais histórias de bebedeiras e incongruências em geral, como permite "colar" uma série de acontecimentos dispersos que tens sobre a história do rock dessa época. E a história dos Sex Pitols grassa, sem dúvida, do descontentemento (não propriamente da classe trabalhadora porque os gajos eram uns indigentes, mas da probreza gerada pelo desemprego), da falta de horizontes, do assumir que nunca passarão de uns inadaptados. Aliás, nem por acaso, surge a citação de Ricardo III "Now is the winter of our discontent/Made glorious summer by this sun of York", entre outras menções a Harold Pinter. Essa e o processo moroso de encontrar letras, onde Anarquist foi escolhido apenas por ser a única palavra capaz de rimar com Anti-Christ, tornam este documentário delicioso. E o fim ditado por Nancy namorada de Sid (sua fornecedora de heroína, ex dos New York Dolls). É que é a apoteose de todo o cliché rock (que por acaso até aconteceu). Já não se fazem histórias assim.


2007/01/07

May day 

Resolvi voltar a escrever aqui a Corneta e uma vez que já deixámos de ser Moby free (vá, Moby indiferentes) não quer dizer que dois you-tubes do careca vegetariano não me deixem meio enjoada. Mas isto é como começar uma história a meio.

Em 2003 havia poucos blogs, muito menos blogs sobre música. Vindos [o Bruno, a Sofia e o Tiago] do Festival Meco onde acabaramos de assistir a uma actuação muito mazinha do dito artista resolvemos criar um blog ditado por uma única regra escrita - Moby free (ou pelo menos Moby longe da guitarra). Entretanto, o Moby morreu de causas naturais (um disco fraquinho afastaram-no do mainstream) e como a idade amolece qualquer um, abraçámos um estilo mais ecuménico: afinal respeitam-se todos os gostos. Além disso o Yoda gosta do Moby. Por isso, consciente de que esta vai de certeza ser uma casa para muitas músicas e muitos estilos, nada melhor que começar por partir os tímpanos com algo nos antípodas do new age electrónico.

A música dos Spektrum é infecta, ruidosa (disco-punk , funk com beats descordenados), batida excelente para dançar, para colocar no i-pod para correr ou caminhar pela cidade. Se gostarem procurem o "Breaker" do álbum de 2004 «Enter The…Spektrum».





Ainda temos que acabar de dar uma limpeza geral ao ar vintage corneta, mas as postagens espero que agora sejam mais frequentes.


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