2011/09/29
20 anos é muito tempo
Nirvana - Nevermind
O Nevermind dos Nirvana comemora este mês 20 anos sobre a data de lançamento (segundo o wikipedia foi lançado a 24 de Setembro de 1991). Comecei a prestar-lhe atenção algures em meados de 1992, quando o disco começava a rodar muito na MTV e nas rádios. Na altura tinha 14 anos, lembro-me de me terem dito na escola que o disco era muito bom e quando o fui procurar na loja de discos do centro comercial de bairro perto de casa dos meus pais, disseram me que o disco estava esgotado por todo o lado (era verdade) e que já só tinham um na loja (também era verdade). Comprei-o logo ali, na hora, sem saber bem o que estava a levar.
Uns tempos antes tinha comprado o Angel Dust dos Faith No More, e o par que este fazia com o Nevermind era de longe o duo mais pesado da minha colecção de discos da altura. Era um "pesado" diferente, o Nevermind com raízes vindas mais do punk, mas tais subtilezas não registavam na minha ainda imberbe cabeça de aprendiz melómano...
Não me vou por a dizer que foi um amor à primeira audição. Aquilo era muito diferente do que costumava ouvir e ao início estranhou-se muito. Mas com o tempo começou a entrar, a pedir cada vez mais para ser ouvido... Escusado será dizer que o disco rapidamente se tornou numa pedra fundamental da banda sonora dos anos de Teen Angst, papel para o qual aliás servia quase na perfeição. Depois de muitas e muitas audições, ao longo dos anos foi caindo no esquecimento até que há vários anos (seguramente mais de dez) deixei por absoluto de o ouvir. Ficou na estante a apanhar pó.
Agora que se comemoram 20 anos, foi lançada uma edição Deluxe (2 Cds) e uma edição Super Deluxe (4 Cds). Para além da perplexidade que vem de tentar perceber como é que ainda há unreleased material dos Nirvana para preencher mais 3 Cds (!?!) adicionais depois de tudo o que se foi lançando ao longo dos anos para ganhar mais uns trocos, (aparentemente é fácil, unreleased versions, live sessions, rehearsals etc...), fiquei a pensar se era capaz de voltar a ouvir com prazer o Nevermind. A verdade é que o Nevermind tem hoje para mim o sabor de algo que foi bom mas que já passou, a partir do qual se evoluiu e a que já não apetece mais voltar. 20 Anos é muito tempo, e quer se queira quer não, 20 anos mudam em muito os nossos gostos e impulsos. Não sei para quem revertem os lucros destas novas edições, mas com o devido respeito pelo disco (que apesar de tudo o merece), para este peditório não vou dar.
Outra parte engraçada desta história está na forma como se descobria e adquiria um disco há 20 anos. Hoje os Cds já raramente se compram, a loja de discos de bairro há muito fechou e deu lugar a FNACs e Wortens, e mesmo o centro comercial pequeno de bairro também já deu o seu último suspiro. Um míudo de 14 anos hoje nunca seria confrontado com o disco esgotado, os downloads (legais ou ilegais) por definição não esgotam...
O Nevermind dos Nirvana comemora este mês 20 anos sobre a data de lançamento (segundo o wikipedia foi lançado a 24 de Setembro de 1991). Comecei a prestar-lhe atenção algures em meados de 1992, quando o disco começava a rodar muito na MTV e nas rádios. Na altura tinha 14 anos, lembro-me de me terem dito na escola que o disco era muito bom e quando o fui procurar na loja de discos do centro comercial de bairro perto de casa dos meus pais, disseram me que o disco estava esgotado por todo o lado (era verdade) e que já só tinham um na loja (também era verdade). Comprei-o logo ali, na hora, sem saber bem o que estava a levar.
Uns tempos antes tinha comprado o Angel Dust dos Faith No More, e o par que este fazia com o Nevermind era de longe o duo mais pesado da minha colecção de discos da altura. Era um "pesado" diferente, o Nevermind com raízes vindas mais do punk, mas tais subtilezas não registavam na minha ainda imberbe cabeça de aprendiz melómano...
Não me vou por a dizer que foi um amor à primeira audição. Aquilo era muito diferente do que costumava ouvir e ao início estranhou-se muito. Mas com o tempo começou a entrar, a pedir cada vez mais para ser ouvido... Escusado será dizer que o disco rapidamente se tornou numa pedra fundamental da banda sonora dos anos de Teen Angst, papel para o qual aliás servia quase na perfeição. Depois de muitas e muitas audições, ao longo dos anos foi caindo no esquecimento até que há vários anos (seguramente mais de dez) deixei por absoluto de o ouvir. Ficou na estante a apanhar pó.
Agora que se comemoram 20 anos, foi lançada uma edição Deluxe (2 Cds) e uma edição Super Deluxe (4 Cds). Para além da perplexidade que vem de tentar perceber como é que ainda há unreleased material dos Nirvana para preencher mais 3 Cds (!?!) adicionais depois de tudo o que se foi lançando ao longo dos anos para ganhar mais uns trocos, (aparentemente é fácil, unreleased versions, live sessions, rehearsals etc...), fiquei a pensar se era capaz de voltar a ouvir com prazer o Nevermind. A verdade é que o Nevermind tem hoje para mim o sabor de algo que foi bom mas que já passou, a partir do qual se evoluiu e a que já não apetece mais voltar. 20 Anos é muito tempo, e quer se queira quer não, 20 anos mudam em muito os nossos gostos e impulsos. Não sei para quem revertem os lucros destas novas edições, mas com o devido respeito pelo disco (que apesar de tudo o merece), para este peditório não vou dar.
Outra parte engraçada desta história está na forma como se descobria e adquiria um disco há 20 anos. Hoje os Cds já raramente se compram, a loja de discos de bairro há muito fechou e deu lugar a FNACs e Wortens, e mesmo o centro comercial pequeno de bairro também já deu o seu último suspiro. Um míudo de 14 anos hoje nunca seria confrontado com o disco esgotado, os downloads (legais ou ilegais) por definição não esgotam...