2004/10/08
We had a choice....We chose rejoice!
Dizer que gostei muito é pouco. Acho que não saía assim de um concerto há muito tempo, arrasada ! As expectativas eram altas mas acabou por me surpreender e render toda a gente que esteve naquele auditório, mesmo os que olhavam aquele homem de barbas com desconfiança.
Esta é a foto oficial (ao vivo perde essa ar de russo anarquista). A história oficial diz que Devendra enviou umas 57 gravações a Michael Gira, ex – Swans, agora responsável pela Young God Records, que o levou a casa de Lynn Bridges (que já trabalhou com Dylan entre outros) para fazer umas gravações num mesmo ambiente caseiro, só ele e guitarra. Os restantes instrumentos foram incorporados mais tarde . Destas sessões resultaram 2 álbuns – o Rejoicing in the Hands e Niño Rojo (que saiu agora).
Ao segundo dia o cenário do FGS mudou. Da improvisada floresta passámos para a sala de estar da avozinha. Carpete ampla pelo chão, alguns bibelots e candeeiros de pé alto. Depois de uma boa performance por parte de Kate Walsh e da presença bem disposta de Robert Fisher seguiu-se Devendra. Entrou de cabelo mais aparadinho, mas com aquela barba que dá-lhe ares de Cristo ou visionário. Acho que consegui ver ali uns buraquitos na camisa preta também…mas que interessa! Entra descalço, fala venezuelano, língua muito mais doce que o castelhano. Começa pelo “Little Yellow spider” e parece que nos estão a cantar nursery rhymes, fala-se de litlle spider , little monkeys. Já à altura do “This is the Way” (a primeira tema do Rejoicing in the hands que acaba precisamente com as palavras que dão nome a este poste – « we've known, we've known , we had a choice…we chose rejoice !») sobem ao palco Queens of Sheeba, a banda de apoio . Estão todos descalços, cambaleiam um pouco, mas estão a dançar e a menear a cabeça. Eu sei que é a segunda vez que menciono, mas parecia uma daquelas versões Marretas, que vão gingando ao som da música (ainda ontem estava a ver um videoclip dos Weezer, em que se passa isso mesmo, a presença Marretas…).
As versões de “A sight to behold”, (em que «love with would me much better I know» é repetido 50 vezes, podem não acreditar mas as palavras ganharam uma força inacreditável com a repetição), “Be kind” do Niño Rojo parecem mais vivas, ajudadas pela presença da banda em palco. E não são apenas os instrumentos, a voz de Devendra que sobe e desce naquela tensão que a torna única (e os vibratto!), é porque há alegria. Há alegria em palco. Soube depois que já tinham emborcado umas quantas garrafas de Moscatel, um ou outro vinho do Porto, em palco servia-se vinho verde, é certo que ajuda, mas o que acho extraordinário nesta música é o optimismo que emana, como diz no site da editora , sem um pingo de ironia ou sarcasmo. E ao vivo sente-se isso.
Lá para o final entra-se em fase Dub. Começou por ser uma homenagem a um qualquer músico de Florida Beach para passar para um “ I belive in Africa”, sons de reggae, canções sobre trolls, continua a good vibe. ..
A meio dos 4 encores surgiu mais uma vez o “This is the way”, com coro a acabar como num filme com final feliz (My Darling Clementine lembrou-me…esses coros…).
Não sei expressar por palavras como foi bom, vejo agora. Só sei que a cada tema, a cada encore as pessoas foram levantando (contra indicações do cartaz), foram dançando nas cadeiras e de repente sentimos todos muito rejoice.
Esta é a foto oficial (ao vivo perde essa ar de russo anarquista). A história oficial diz que Devendra enviou umas 57 gravações a Michael Gira, ex – Swans, agora responsável pela Young God Records, que o levou a casa de Lynn Bridges (que já trabalhou com Dylan entre outros) para fazer umas gravações num mesmo ambiente caseiro, só ele e guitarra. Os restantes instrumentos foram incorporados mais tarde . Destas sessões resultaram 2 álbuns – o Rejoicing in the Hands e Niño Rojo (que saiu agora).
Ao segundo dia o cenário do FGS mudou. Da improvisada floresta passámos para a sala de estar da avozinha. Carpete ampla pelo chão, alguns bibelots e candeeiros de pé alto. Depois de uma boa performance por parte de Kate Walsh e da presença bem disposta de Robert Fisher seguiu-se Devendra. Entrou de cabelo mais aparadinho, mas com aquela barba que dá-lhe ares de Cristo ou visionário. Acho que consegui ver ali uns buraquitos na camisa preta também…mas que interessa! Entra descalço, fala venezuelano, língua muito mais doce que o castelhano. Começa pelo “Little Yellow spider” e parece que nos estão a cantar nursery rhymes, fala-se de litlle spider , little monkeys. Já à altura do “This is the Way” (a primeira tema do Rejoicing in the hands que acaba precisamente com as palavras que dão nome a este poste – « we've known, we've known , we had a choice…we chose rejoice !») sobem ao palco Queens of Sheeba, a banda de apoio . Estão todos descalços, cambaleiam um pouco, mas estão a dançar e a menear a cabeça. Eu sei que é a segunda vez que menciono, mas parecia uma daquelas versões Marretas, que vão gingando ao som da música (ainda ontem estava a ver um videoclip dos Weezer, em que se passa isso mesmo, a presença Marretas…).
As versões de “A sight to behold”, (em que «love with would me much better I know» é repetido 50 vezes, podem não acreditar mas as palavras ganharam uma força inacreditável com a repetição), “Be kind” do Niño Rojo parecem mais vivas, ajudadas pela presença da banda em palco. E não são apenas os instrumentos, a voz de Devendra que sobe e desce naquela tensão que a torna única (e os vibratto!), é porque há alegria. Há alegria em palco. Soube depois que já tinham emborcado umas quantas garrafas de Moscatel, um ou outro vinho do Porto, em palco servia-se vinho verde, é certo que ajuda, mas o que acho extraordinário nesta música é o optimismo que emana, como diz no site da editora , sem um pingo de ironia ou sarcasmo. E ao vivo sente-se isso.
Lá para o final entra-se em fase Dub. Começou por ser uma homenagem a um qualquer músico de Florida Beach para passar para um “ I belive in Africa”, sons de reggae, canções sobre trolls, continua a good vibe. ..
A meio dos 4 encores surgiu mais uma vez o “This is the way”, com coro a acabar como num filme com final feliz (My Darling Clementine lembrou-me…esses coros…).
Não sei expressar por palavras como foi bom, vejo agora. Só sei que a cada tema, a cada encore as pessoas foram levantando (contra indicações do cartaz), foram dançando nas cadeiras e de repente sentimos todos muito rejoice.