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2004/10/26

Magnetic Fields 

Aula Magna 20 de Outubro

Acabei por vir parar a este concerto um pouco à revelia . Não conheço muito da carreira dos Magnetic Fields, tenho o I o trabalho mais recente, ouvi algumas vezes de raspão o 69 Love Songs, era pouco.

Naturalmente senti-me um pouco à margem do entusiasmo com que receberam a banda de Stephin Merritt. Durante o concerto dei comigo a pensar que palmas exageradas (bastava abrir a boca), mesmo perante o ar de enfado e alguma impaciência em acabar a "visita". E aquele "1,2,3,4..." antes de iniciar cada tema, eram irritantes. No final Setphin entrou para o encore de mãos nos ouvidos, talvez achasse o barulho dos assobios desagradável. Deixou alguma má impressão. O concerto acabou por ser morno, mas sim, fiquei a conhecer melhor o trabalho da banda (tocaram muitos temas antigos), até fiquei com alguns fisgados.





A banda é reconhecida desde logo pelas letras, de autoria de Setphin. Dos maiores letristas, dizem. Acho que o que ajuda é que para além de talento tem uma excelente dicção. Uma pessoa que não conheça muito, como eu, consegue perceber facilmente o contexto. Assim fiquei a conhecer "All my little words" ou "All the umbrellas in London". Há quem tenha boas letras que se perdem por um síndrome qualquer derivado do Don Vito Corleone, comem as palavras (Stuart falo de ti...). Além disso os Magnetic Fields falam do que é universal a todos, love&lost, naquele tom auto irónico que nos permite relacionar - I had a dream and you're in it/ you’d seem to be in love with me/ which isn't very realistic...em "I don't believe you".

São claramente umbiguistas, sarcásticas, negativas, não é por acaso que o último álbum se chama I, começam muitas por I - "I die" , "I don't believe you", "I thought you were my boyfriend", "I was born" - bastante assertivas. Nem tudo é negativo na realidade, há uma lindíssima no final, "It's onlytime", ideal para declarações e sentimentos profundos. Até porque evil is not my cup of tea. Gostei dessa linha

Em palco estiveram o violencelista Sam Davol, a guitarra/banjo de John Woo e a muito interventora Claudia Gonson, a pianista (dava o 1,2,3,4 ,...). A certa altura pareceu que a melodia não mudava, ao ponto que quando tocaram I wish I had an evil twin " ter a sensação que já a tinha ouvido nessa mesma noite com outra letra. O facto de não terem sintetizadores em palco acabou por dar alguma pobreza ao espectáculo. Parecia ser sempre o mesmo tema com letra diferente. Estranho.

Como não podia deixar de ser, e pelo que li já pela blogesfera, deixo aqui a minha preferida. É a melhor homenagem que se pode fazer.


if i make it tonight it'll be all right
it'll make a good song or something
i've been trying to give myself reasons to live
and i really can't think of one thing

i drive around, i walk around in circles
'cause i've got no sense of direction
and i guess i've got no sense at all


all the umbrellas in london couldn't stop this rain
and all the dope in new york couldn't kill this pain
and all the money in tokyo couldn't make me stay
all the umbrellas in london couldn't stop this rain

i don't cry anymore, i go out the door
and i usually keep on walking
i will sit in the bar where the cocktails are
but i really don't feel like talking

i lie around and let the darkness fall
'cause i've got a sense of perfection
and nothing makes much sense at all




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