2004/06/17
Coffee & cigarettes
Afinal não vou encerrar a sessão euro 2004. Estava ontem a nação a preparar-se para assistir ao embate dos titãs estava eu a entrar no cinema para ver Coffe & Cigarrettes de Jim Jarmusch num qualquer cinema de Lisboa. Não me julguem pouco patriota ainda cheguei a casa para a vitória e o ecoar de "golo!" pelas ruas.
Um filme, mais bem de género documentário, reúne 11 sketches de conversas banais à volta de café e cigarros. Os cigarros fazem mal, e café e cigarros não são propriamente uma refeição saudável. Repetem-se estas palavras, gestos muitas vezes ao longo do filme. Afinal isto é um ritual, uma combinação diabólica - café e cigarros , sabem tão bem. Há momentos estranhos, satisfatórios, parados, hilariantes (o de Steve Coogan e Alfred Molina em "Cousins?") e um comovente. Comovente não é a palavra que se use muito neste blog. Mas a música pode ser muito comovente, que toca, que enternece. Deveríamos usar mais, não é?
Na tela dois velhotes. Nada se diz, mas depreende-se pela conversa que estão na pausa de trabalho. Um daqueles curtos intervalos a meio da tarde, a meio da manhã para emborcar a mixórdia que o patronato insiste em chamar café. Um deles diz algo parecido com: "Hoje sinto que me perdi do mundo( tradução ranhosa de: "I’ve lost track of the world "). Aliás consigo ouvir esta canção na minha cabeça: I’ve lost track of the world" de Mahler. ". E o cinema, que do mais maravilhoso que tem é dar corpo e notas aos pensamentos das personagens (ou mais coloquialmente conhecido por banda sonora) concede-nos isso. O desejo do velhote. De mansinho começa a ária, um sussurro. " Imaginemos que isto não é café." – continua - " È champanhe. Estou a ver-me em Paris nos anos 20…"
È comovente porque é isso mesmo: a música faz do café champanhe. É só preciso a banda sonora correcta.
Um filme, mais bem de género documentário, reúne 11 sketches de conversas banais à volta de café e cigarros. Os cigarros fazem mal, e café e cigarros não são propriamente uma refeição saudável. Repetem-se estas palavras, gestos muitas vezes ao longo do filme. Afinal isto é um ritual, uma combinação diabólica - café e cigarros , sabem tão bem. Há momentos estranhos, satisfatórios, parados, hilariantes (o de Steve Coogan e Alfred Molina em "Cousins?") e um comovente. Comovente não é a palavra que se use muito neste blog. Mas a música pode ser muito comovente, que toca, que enternece. Deveríamos usar mais, não é?
Na tela dois velhotes. Nada se diz, mas depreende-se pela conversa que estão na pausa de trabalho. Um daqueles curtos intervalos a meio da tarde, a meio da manhã para emborcar a mixórdia que o patronato insiste em chamar café. Um deles diz algo parecido com: "Hoje sinto que me perdi do mundo( tradução ranhosa de: "I’ve lost track of the world "). Aliás consigo ouvir esta canção na minha cabeça: I’ve lost track of the world" de Mahler. ". E o cinema, que do mais maravilhoso que tem é dar corpo e notas aos pensamentos das personagens (ou mais coloquialmente conhecido por banda sonora) concede-nos isso. O desejo do velhote. De mansinho começa a ária, um sussurro. " Imaginemos que isto não é café." – continua - " È champanhe. Estou a ver-me em Paris nos anos 20…"
È comovente porque é isso mesmo: a música faz do café champanhe. É só preciso a banda sonora correcta.