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2004/05/27

O Village Vanguard 

Ia calmamente subindo a 7ª quando um homem pergunta-me onde fica o Village Vanguard. Fiquei contente: além de parecer nativa parece que percebo de jazz. É no 178 disse. O homem olhou-me com ar desesperado (estávamos na zona de Downtown Manhattan mais ao menos ao nível da 8 th Street). Descobri que quando se diz um número normalmente refere-se à rua, por isso estava-lhe a dizer que só tinha que subir mais 170 quarteirões para lá chegar. Acabei por esclarecer que me referia ao número da porta e que por acaso também ia para lá e assim acaba esta pequena história. Primeiro facto a reter - 178 7th Avenue .




O segundo facto a reter é que isto é o máximo de memorabilia fotográfica que se pode trazer do clube. Um grande letreito à entrada avisa: NO PHOTOGRAPHY ,NO VIDEOTAPING, NO AUDIO RECORDING, NO SMOKING (mas parece que isto passa em todos os bares ). Com um ar condicionado fortíssimo dá-lhe um ar algo asséptico e muito clean. Ao menos pode-se beber. Mas tira-lhe alguma piada é certo. O nosso Hot é mais acolhedor e não vende t-shirts rafeiras, para não falar de peúgas para bebé (!?!). De resto, é tudo o que se imagina de um club de jazz: sala escura, sofás de cabedal vermelho, fotografias dos "grandes" espalhados pela sala e uma atmosfera carregada de história. O Village pode já não ser o melhor club de jazz em NY (nessa mesma noite, noutro ponto da cidade, havia um concerto do Ron Carter que ainda pensei ir )mas história ninguém lhes tira. Nesta página estão alguns dos álbuns gravados no clube e está lá tudo: Coltrane, Mingus, Miles, Monk, Dexter Gordon, Bill Evans... A lista é impressionante.





A entrada é 30 dólares com direito a 10 dólares de bebida, o que dá para 2 budweisers ou coca- colas (e é só mesmo bud, uma heineken já sai do orçamento). Pensei que era caro até me aperceber que vim parar a uma gravação ao vivo de mais um concerto ("tomorrow will have a fresh record" dizem no fim. Devia ter gritado Corneta durante o concerto e deixar o nome do nosso blog gravado para a posteridade. Provavelmente passariam a acrescentar ao letreiro da entrada: DON'T SHOUT "CORNETA" DURING THE CONCERTS ). O protagonista, Chris Potter, um saxo alto que não conhecia. O concerto foi excelente e não vale a pena fazer grande crítica podem ler uma mais informada aqui.

Vale a pena? Vale muito.


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