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2004/01/15

Onde jazz o talento 

A propósito de nada encontrei um pedaço de texto que diz muito:

How is that terrible musicians are able to write incredible songs? And why can't technically competent musicians write songs as well as they can play their instruments? There are bands like The Kinks who-- let's face it-- were far from the most technically adept in their field, yet have somehow left behind some of the most timelessly enjoyable and imminently relevant rock music artifacts. Then there's a guy like Yngwie Malmsteen, whose technical proficiency exceeds that of every rock musician ever to exist-- maybe combined. And how many Alcatrazz records do you own?

All too often, it seems technically proficient artists are their own worst enemies. Titillated by their own prowess, they compose music that showcases their chops but masks their humanity. It's a schtick that impresses but rarely inspires. There is a point, though, when some mathematically complex set of chords stops being impressed with itself and becomes a truly inspiring song, when a bushel of mind-numbing guitar riffs transcends its sonic masturbation and reaches an emotionally satisfying stratosphere. No one knows exactly where that point is, but we know when it's reached, and more importantly, we feel it when it's crossed.

http://www.pitchforkmedia.com/record-reviews/p/pretty-girls-make-graves/new-romance.shtml

Já tive esta mesma conversa com diferentes pessoas. Onde jaz o talento…
Já não é a primeira pessoa que me diz que músicos com pouca formação musical ou instrumentistas sofríveis fizeram da melhor música (cada um terá os seus, mas a mim lembra-me Nirvana, Sex Pistols, Ramones ). E como vozes mais monocórdicas podem expressar tanto (Stuart Stapples, Bob Dylan, Leonard Cohen). Pois é, essa barreira invisível entre o génio e o "regular". Conceitos difíceis de definir: génio, talento, apenas bom.

Mais do que nos relacionarmos com escalas complexas os indivíduos reagem ao que mexe as vísceras. Isso mesmo, muitas vezes é uma reacção corporal.

A minha dúvida é se ainda temos essa capacidade de deslumbramento, de voltar a sentir a nível visceral e não despoletar logo a parte racional que quer catalogar, identificar, arquivar... Às vezes parece-me inevitável (ainda hoje estive a ouvir The Distillers e realmente aquilo parece Hole e parece Nirvana,…) leva-me muitas vezes a dizer “ah isto é…é parecido com…aquele piano lembra…”., como se quiséssemos propositadamente confinar os músicos às caixas previamente estabelecidas (correntes como, punk, electro, ska, art -rock ou a essa caixa tão em voga “anos 80”, “revivalismo”). Aqui um grande mea culpa porque sou a primeira a dizer mais do mesmo


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