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2003/12/10

A Obra Prima do Mestre e a Prima do Mestre de Obras 

Em 2001, os Suecos Koop pegaram num caldeirão de influências que ia das canções do jazz vocal das décadas de 50 e 60 ao hip-hop, passando pelo lounge, pelo nu-jazz nórdico, pelo acid jazz e pelo dub de Vienna para criar um disco belíssimo.

Koop – Waltz for Koop Esse disco é Waltz for Koop, um albúm feito da colaboração dos Koop, que oferecem as programações electrónicas, samples e outras instrumentações, com vários vocalistas, entre eles Earl Zinger (pseudónimo de Rob Gallagher, o mesmo dos 2 banks of 4) e Terry Callier, bem como duas (até aqui) desconhecidas vozes femininas, Yukimi Nagano e Cecila Stalin.

Todas as canções que o compõem são curtas e suaves, mas cheias de uma magia cool que lhes dá aquela capacidade encantatória de aquecer o mais frio dia de inverno e ao mesmo tempo serem adequadas a um passeio de descapotável no verão.

Waltz for Koop é um disco que recomendo vivamente a quem quer que goste de boa música, e que detem até hoje o recorde de longevidade no leitor de Cds do meu carro, onde passou um ano inteiro, o que prova que se adequa de facto a qualquer estação do ano.

Já em 2003 saiu Waltz for Koop: Alternative Takes, o disco de remisturas correspondente ao disco de originais com o mesmo título. Pessoalmente nunca gostei da ideia de a um disco de originais contrapor o seu equivalente disco de remisturas, que sempre me pareceu como um expediente obscuro para vender mais alguns Cds. É certo que se fazem muitas vezes remisturas muito boas, algumas mesmo muito melhores que o original que lhes serviu de base, mas essas são raras, e por isso raramente me dou ao trabalho de ouvir com atenção um disco de remisturas de uma ponta a outra.Koop – Waltz for Koop: Alternative Takes

Ainda assim, e tendo em conta que gosto tanto de Waltz for Koop, decidi dedicar alguma atenção a estas Alternative Takes. À partida estas teriam tudo para agradar, pois a base de originais e excelente, e as remisturas ficam a cargo de nomes sonantes da electrónica, como Richard Dorfmeister, 2 banks of 4 ou Nicola Conte.

No entanto isto parece não ter sido o suficiente para conseguir um disco que supere ou pelo menos esteja ao nível dos originais que lhes serviram de base. Todas as remisturas são orientadas para as pistas de dança, o que até acaba por ser natural, tendo em conta que os originais eram canções mais apropriadas para pano de fundo de um bar onde relaxadamente se conversa com amigos ou de um introspectivo passeio de carro à beira mar do que para dançar numa discoteca “trendy”. Mas neste processo perdeu-se grande parte da magia que envolvia estas canções e o resultado acaba por soar, em comparação, bem pobre.

P.S. Notem, nas capas, a subtil troca de posição dos membros do grupo...


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