2003/11/23
Quarteto de Chick Corea
Concerto no Grande Auditório do CCB - 19 de Novembro de 2003
Chick Corea é um dos grandes pianista da geração que liderou o Jazz em direcção a novos rumos "fusionistas" nas décadas de 70 e 80, a par de Herbie Hancock ou Keith Jarret. É curioso notar que desta geração de músicos, 3 dos nomes grandes que passaram pelos palcos Portugueses nos últimos tempos foram músicos que integravam o grupo eléctrico de Miles Davis de 1969/70 e partciparam na gravação do mítico e por aqui já muito mencionado "Bitches Brew" (ao qual um dia teremos que dedicar um post de corpo inteiro). Refiro-me a Dave Holland, Wayne Shorther (cujos concertos foram também documentados n' A Corneta) e agora a Chick Corea. Que estes nomes (e outros) tenham vindo a ser mais tarde reconhecidos como pesos pesados do género atesta bem da capacidade de Miles não só em inovar musicalmente, mas também em reconhecer e incentivar jovens talentos.
De Chick Corea já sabia que era um virtuoso do Jazz, capaz do muito bom, mas também que de vez em quando se deixava cair em experimentações New Age (ver também o tópico da Sofia em relação ao livro "O Caminho para a Felicidade" que nos foi oferecido à entrada do concerto) que o tornavam também capaz do muito mau, pelo que fui para o concerto sem saber muito bem o que esperar. Ainda assim, sendo um "nome grande" Chick Corea atraiu muito público, pois apesar do preço dos bilhetes ser no mínimo exagerado, a sala estava cheia, sendo o público maioritariamente de meia-idade (seria porque só essas pessoas é que podiam comportar o preço dos bilhetes?).
Ainda que inicialmente não estivesse muito entusiasmado, devo reconhecer que o concerto foi muito bom. Chick Corea estava rodeado de muito bons músicos, sobretudo a secção rítmica constituida por baixo, bateria e percurssões (na qual o baixista Avishai Cohen brilhou), e mostrou uma grande generosidade ao deixar amplo espaço aos outros músicos para brilharem com os seus solos, nunca tentando ser a vedeta que domina completamente o espectáculo.
O concerto dividiu-se em dois sets, que se completaram muito bem. O primeiro abarcava uma espécie de "restrospectiva histórica" da carreira, com temas mais antigos, onde em alguns se notava a tal fusão "New Age", sobretudo naqueles (muito mal) cantados pela esposa do pianista, que foram o ponto fraco do concerto. O segundo set centrou-se em música de influência latina, com homenagens aos pais de Chick Corea, e com um momento fantástico de despique entre o percursionista e o baterista que acabou com todos os músicos a "batucar" em diferentes percursões!
Um concerto que acabou por ser memorável, também pela simpatia de Chick Corea, que comunicou muito com o público, tendo este acabado todo a cantar em coro, coisa rara num concerto de Jazz...
Chick Corea é um dos grandes pianista da geração que liderou o Jazz em direcção a novos rumos "fusionistas" nas décadas de 70 e 80, a par de Herbie Hancock ou Keith Jarret. É curioso notar que desta geração de músicos, 3 dos nomes grandes que passaram pelos palcos Portugueses nos últimos tempos foram músicos que integravam o grupo eléctrico de Miles Davis de 1969/70 e partciparam na gravação do mítico e por aqui já muito mencionado "Bitches Brew" (ao qual um dia teremos que dedicar um post de corpo inteiro). Refiro-me a Dave Holland, Wayne Shorther (cujos concertos foram também documentados n' A Corneta) e agora a Chick Corea. Que estes nomes (e outros) tenham vindo a ser mais tarde reconhecidos como pesos pesados do género atesta bem da capacidade de Miles não só em inovar musicalmente, mas também em reconhecer e incentivar jovens talentos.
De Chick Corea já sabia que era um virtuoso do Jazz, capaz do muito bom, mas também que de vez em quando se deixava cair em experimentações New Age (ver também o tópico da Sofia em relação ao livro "O Caminho para a Felicidade" que nos foi oferecido à entrada do concerto) que o tornavam também capaz do muito mau, pelo que fui para o concerto sem saber muito bem o que esperar. Ainda assim, sendo um "nome grande" Chick Corea atraiu muito público, pois apesar do preço dos bilhetes ser no mínimo exagerado, a sala estava cheia, sendo o público maioritariamente de meia-idade (seria porque só essas pessoas é que podiam comportar o preço dos bilhetes?).
Ainda que inicialmente não estivesse muito entusiasmado, devo reconhecer que o concerto foi muito bom. Chick Corea estava rodeado de muito bons músicos, sobretudo a secção rítmica constituida por baixo, bateria e percurssões (na qual o baixista Avishai Cohen brilhou), e mostrou uma grande generosidade ao deixar amplo espaço aos outros músicos para brilharem com os seus solos, nunca tentando ser a vedeta que domina completamente o espectáculo.
O concerto dividiu-se em dois sets, que se completaram muito bem. O primeiro abarcava uma espécie de "restrospectiva histórica" da carreira, com temas mais antigos, onde em alguns se notava a tal fusão "New Age", sobretudo naqueles (muito mal) cantados pela esposa do pianista, que foram o ponto fraco do concerto. O segundo set centrou-se em música de influência latina, com homenagens aos pais de Chick Corea, e com um momento fantástico de despique entre o percursionista e o baterista que acabou com todos os músicos a "batucar" em diferentes percursões!
Um concerto que acabou por ser memorável, também pela simpatia de Chick Corea, que comunicou muito com o público, tendo este acabado todo a cantar em coro, coisa rara num concerto de Jazz...