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2003/11/17

A banda sonora perfeita 

Esta quarta feira passada fui ver o 2001 Odisseia no Espaço à Cinemateca (a passar um ciclo do Kubrick que termina hoje).

“Nunca consegui passar da parte dos macacos” disse-me desconsolada uma amiga quando falei com ela acerca do filme. Esta constatação simples reflectia a minha própria experiência. Apesar de ter visto vários retalhos na televisão, também nunca tinha passado da parte dos macacos.

Não é nada especial finalmente entrar em contacto com uma obra de arte no seu todo, ou seja, tenho consciência que não estou a fazer uma revelação extraordinária ao afirmar que sim foi surpreendente, poético, desafiador, repleto de metáforas e níveis de interpretação (o que é o monólito, como vai parar a Júpiter, porque falam tão pouco, o que significa voltar a nascer no final …). Mas também acho que foi uma experiência avassaladora em grande parte devido à música que, já se sabe, não é original, mas composta por peças orquestrais aproveitadas para o score. E, mesmo assim, parece que não poderia haver outra . Não me lembro de momento mais belo em cinema que aquela valsa de naves ao som do Danúbio Azul. Uma valsa cósmica.


2001



A saber:

- Richard Strauss com "Assim falava Zarathustra" (Nietzsche de novo?);
- Johann Strauss com "Danúbio Azul";
- György Ligeti com "Atmosferas," "Lux Aeterna," e "Requiem para Soprano, Mezzo-Soprano, Dois Coros Mistos e Orquestra";
- Aram Khatchaturian com "Gayane Ballet Suite".

O facto de escolher peças clássicas (como agora em Elephant de Gus Van Sant, que tem partes de Sinfonias para Piano Nº. 14 e 2 de Beethoven e ainda o tema "Für Elise") é que permite dar tanta intensidade às imagens. Talvez porque seja mesmo isso: música perfeita, completa.


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