2003/10/27
Um fim de semana recheado parte I (sexta)
Número Festival - Gare Marítima de Alcântara - 24 de Outubro de 2003
Como que a provar que não há fome que não acabe em fartura, este fim de semana eram muitas as ofertas culturais de interesse a nível musical em Lisboa. Ora vejamos: John Cale dava 2 concertos na Aula Magna, o Número Festival prometia duas noites de festa dançante na Gare Marítima de Alcântara, e no sábado a Experimentadesign projectava gratuitamente filmes sobre Sun Ra e os Velvet Underground.
Face ao excesso de oferta e imposibilitado de estar em todo o lado ao mesmo tempo, optei por deixar de lado o concerto de John Cale, ir ao Número Festival na noite de sexta e fazer as pazes com os Velvet (por ter ignorado Cale) na noite de Sábado. Admito que o critério principal desta escolha foi o económico, uma vez que o bilhete para o Número Festival era mais barato que o de John Cale. Apesar de já ter lido em vários sítios que os concertos deste último foram bastante bons, confesso que não conheço a sua música "pós- Velvet" e que por isso não me custou muito fazer esta escolha.
Porém no que toca à noite de sexta, a opção pelo Número Festival não se veio a revelar muito feliz, quer porque alguns dos sets apresentados foram decepcionantes, quer por causa da (des)organização que foi o festival. No que toca à organização, o festival correu muito mal. Em lado nenhum se anunciava os horários a que estavam previstos os concertos, o alinhamento das bandas era alterado sem aviso, de tal forma que chegava a ser dificil saber quem é que estava a a actuar se não se conhecessem já os artistas, artistas "cabeça de cartaz" não actuaram sem que houvesse avisos atempados nesse sentido (Karl Bartos, Pole, Kristeen Young), os exemplos são infindáveis.
No tocante à música, se o cartaz não era muito forte, prometia ainda assim uma noite bastante boa. No entanto nem todos os artistas estiveram à altura do esperado. Andy Fletcher, uma parte dos Depeche Mode, foi uma enorme desilusão, a provar que não é DJ quem quer, e que não se fazem misturas com exitos dos anos 80 e 90 ao estilo dos 2 Many DJs assim do pé para a mão. Alva Noto também não foi muito cativante com a sua electrónica minimal e da música do Anabela Duarte Digital Quartet ficou a sensação de faltar qualquer coisa.
Por outro lado os Stealing Orchestra estiveram bem, os Animal Colective também, sobretudo durante a parte em que pareciam querer imitar índios em transe, mas a noite acabou por pertencer aos Portugueses X-Wife e Two Kindermen. Os X-Wife conseguiram contagiar o público com a energia do seu som tingido de electroclash, enquanto os Two Kindermen ganham o prémio de originalidade pela projecção da telenovela realizada com bonecos playmobil que acompanhava a música.
Quem quiser saber mais encontra no Público um artigo que refere também o segundo dia do festival, ao qual não assisti.
Como que a provar que não há fome que não acabe em fartura, este fim de semana eram muitas as ofertas culturais de interesse a nível musical em Lisboa. Ora vejamos: John Cale dava 2 concertos na Aula Magna, o Número Festival prometia duas noites de festa dançante na Gare Marítima de Alcântara, e no sábado a Experimentadesign projectava gratuitamente filmes sobre Sun Ra e os Velvet Underground.
Face ao excesso de oferta e imposibilitado de estar em todo o lado ao mesmo tempo, optei por deixar de lado o concerto de John Cale, ir ao Número Festival na noite de sexta e fazer as pazes com os Velvet (por ter ignorado Cale) na noite de Sábado. Admito que o critério principal desta escolha foi o económico, uma vez que o bilhete para o Número Festival era mais barato que o de John Cale. Apesar de já ter lido em vários sítios que os concertos deste último foram bastante bons, confesso que não conheço a sua música "pós- Velvet" e que por isso não me custou muito fazer esta escolha.
Porém no que toca à noite de sexta, a opção pelo Número Festival não se veio a revelar muito feliz, quer porque alguns dos sets apresentados foram decepcionantes, quer por causa da (des)organização que foi o festival. No que toca à organização, o festival correu muito mal. Em lado nenhum se anunciava os horários a que estavam previstos os concertos, o alinhamento das bandas era alterado sem aviso, de tal forma que chegava a ser dificil saber quem é que estava a a actuar se não se conhecessem já os artistas, artistas "cabeça de cartaz" não actuaram sem que houvesse avisos atempados nesse sentido (Karl Bartos, Pole, Kristeen Young), os exemplos são infindáveis.
No tocante à música, se o cartaz não era muito forte, prometia ainda assim uma noite bastante boa. No entanto nem todos os artistas estiveram à altura do esperado. Andy Fletcher, uma parte dos Depeche Mode, foi uma enorme desilusão, a provar que não é DJ quem quer, e que não se fazem misturas com exitos dos anos 80 e 90 ao estilo dos 2 Many DJs assim do pé para a mão. Alva Noto também não foi muito cativante com a sua electrónica minimal e da música do Anabela Duarte Digital Quartet ficou a sensação de faltar qualquer coisa.
Alva Noto
Por outro lado os Stealing Orchestra estiveram bem, os Animal Colective também, sobretudo durante a parte em que pareciam querer imitar índios em transe, mas a noite acabou por pertencer aos Portugueses X-Wife e Two Kindermen. Os X-Wife conseguiram contagiar o público com a energia do seu som tingido de electroclash, enquanto os Two Kindermen ganham o prémio de originalidade pela projecção da telenovela realizada com bonecos playmobil que acompanhava a música.
Two Kindermen 1
Two Kindermen 2
Quem quiser saber mais encontra no Público um artigo que refere também o segundo dia do festival, ao qual não assisti.