2003/09/25
Sven Van Hees – Gemini
Há algum, tempo, quando A Corneta estava a dar os seus primeiros passos, deixei um post no qual apresentava uma lista de CDs que na altura me apetecia comprar e pedia comentários. Este disco fazia parte dessa lista, e ninguém o comentou, pelo que assumo que não seja muito conhecido. Aliás não é muito fácil de o encontrar à venda...
Confesso que nunca tinha ouvido falar de Sven Van Hees. Já tinha visto este disco à venda uma ou duas vezes, inclusive tinha pegado nele, mas a capa, com o seu ar de compilação “Verão em Ibiza 2000” não tinha, de todo, cativado o meu interesse. No entanto, havia um tema que passava com alguma regularidade nos programas de Ricardo Saló (primeiro na TSF, depois na Voxx), de que gostava bastante, mas não fazia a menor ideia de quem seria. Até ao dia em que ouvi o locutor atribuir esse tema a este disco. E foi assim que ele foi parar à minha lista de “coisas a investigar”.
Em boa hora tal aconteceu, pois vim a descobrir que gostava muito de pelo menos 3 ou 4 temas deste álbum, que já conhecia de passagens frequentes nas rádios Voxx e Oxigénio, embora não soubesse que eles estavam relacionados entre si. A primeira audição deste disco foi assim uma agradável surpresa, confesso que dei por mim a pensar "olha, esta também cá está, gostava tanto de a ouvir na radio!" mais do que uma vez.
Apesar da capa remeter para uma qualquer compilação foleira de House ou de Chill-Out inspirada nas ilhas Baleares, o disco é muito bom e coerente dentro do estilo Chill-Out, a lembrar uma espécie de “Thievery Corporation meets Café del Mar”, só que em melhor...
Está lá tudo quanto pertence a um bom disco deste género, as batidas quentes de inspiração mais ou menos latina, os sons electrónicos que fazem lembrar o vento, o mar e o calor de verão, os pequenos motivos electrónicos ou orgânicos que completam a música e vão quebrando e repartindo os motivos principais. Não faltam também as inevitáveis vozes sexy masculinas e femininas “sampladas” de filmes obscuros, fragmentos de histórias em francês e em inglês que nos levam a imaginar situações e conversas distantes.
A meu ver o ponto fraco do disco é mesmo o facto de ele não resultar muito original, pelo menos para quem o descobre agora, de tal modo o género foi explorado até à exaustão. No entanto este disco foi originalmente editado em 1999, e é difícil de perceber agora se terá ou não soado a algo inovador nessa altura.
Altamente recomendado, portanto, para relaxar no trânsito ou para ouvir quando se chega a casa depois de um dia de trabalho cansativo. Tenho pena de não o ter descoberto mais cedo... tinha sido bom para ouvir estas férias!