2003/09/30
Lee Ranaldo Live with Films – Loungingspace
Depois do Superpanorama, que a minha colega Sofia comentou lá em baixo, a Experimentadesign brindou-nos este sábado com uma performance invulgar de Lee Ranaldo, 1/5 dos Sonic Youth, que apresentou no Loungingspace (o mesmo é dizer cinema São Jorge) aquilo que o programa chamava de “Experiência induzida: cinema experimental e underground norte-americano + música improvisada”.
Lee Ranaldo apresentou-se sozinho com a sua guitarra e vários efeitos electrónicos, durante cerca de hora e meia e na mais completa escuridão, enquanto eram projectadas as diferentes curtas metragens.
A maior parte dos filmes consistia em animações mais ou menos abstractas, uma geradas por computador e outras desenhos animados tradicionais, alguns deles muito bonitos, sobre as quais a guitarra de Lee Ranaldo lançava sons que oscilivam entre aquilo que podia ser parte de uma divagação instrumental de um concerto dos Sonic Youth e sons repetitivos próximos do post-rock ou do rock industrial, complementado muito bem as imagens.
No entanto a meio da performance veio um verdadeiro “tour de force” para a audiencia, que tinha sido advertida que as imagens não seriam adequadas a pessoas que sofressem de epilepsia ou hipersensibilidade: “The Flicker” consistia em cerca de 30 minutos em que um écran totalmente branco era intercalado de impulsos de escuridão a um ritmo que ia variando, criando assim o efeito de uma luz de “strobe”, enquanto na guitarra Lee Ranaldo fazia o seu melhor para imitar os sons do furacão Isabel (aquele que há pouco tempo fez estragos na costa leste dos Estados Unidos). Se de início tudo estava bem, ao fim de perto de meia hora de bombardeio o desconforto era claramente visível por entre o muito público que enchia a sala, notando-se aqui e ali algumas desistências (se calhar estava aqui a tal “experiência induzida” do título). Ao fim de meia hora a tortura visual e sonora deu lugar a uma animação de gráficos muito bonitos gerados por computador, que acompanhados de música indiana foram o contraponto calmante e redentor de que o público precisava para terminar a sessão em beleza.
Em suma um concerto muito interessante, não tanto pela música em si, mas antes pelo invulgar da proposta.
Lee Ranaldo apresentou-se sozinho com a sua guitarra e vários efeitos electrónicos, durante cerca de hora e meia e na mais completa escuridão, enquanto eram projectadas as diferentes curtas metragens.
A maior parte dos filmes consistia em animações mais ou menos abstractas, uma geradas por computador e outras desenhos animados tradicionais, alguns deles muito bonitos, sobre as quais a guitarra de Lee Ranaldo lançava sons que oscilivam entre aquilo que podia ser parte de uma divagação instrumental de um concerto dos Sonic Youth e sons repetitivos próximos do post-rock ou do rock industrial, complementado muito bem as imagens.
No entanto a meio da performance veio um verdadeiro “tour de force” para a audiencia, que tinha sido advertida que as imagens não seriam adequadas a pessoas que sofressem de epilepsia ou hipersensibilidade: “The Flicker” consistia em cerca de 30 minutos em que um écran totalmente branco era intercalado de impulsos de escuridão a um ritmo que ia variando, criando assim o efeito de uma luz de “strobe”, enquanto na guitarra Lee Ranaldo fazia o seu melhor para imitar os sons do furacão Isabel (aquele que há pouco tempo fez estragos na costa leste dos Estados Unidos). Se de início tudo estava bem, ao fim de perto de meia hora de bombardeio o desconforto era claramente visível por entre o muito público que enchia a sala, notando-se aqui e ali algumas desistências (se calhar estava aqui a tal “experiência induzida” do título). Ao fim de meia hora a tortura visual e sonora deu lugar a uma animação de gráficos muito bonitos gerados por computador, que acompanhados de música indiana foram o contraponto calmante e redentor de que o público precisava para terminar a sessão em beleza.
Em suma um concerto muito interessante, não tanto pela música em si, mas antes pelo invulgar da proposta.