2003/08/05
The Necks
Jazz em Agosto na Gulbenkian - 1 de Agosto
O festival de Jazz em Agosto é uma boa oportunidade para conhecer novos géneros de jazz, artistas que não são tão conhecidos mas que arriscam sair dos parâmetros tradicionais.
The Necks são tudo menos tradicionalistas. O trio que vem de down under conta com Chris Abrahms no piano, Tony Buck bateria e Lloyd Swanton contrabaixo. Pelo que li no folheto apesar de não fazerem publicidade são um dos grupos mais vendidos na área do jazz e são uma banda de culto na Austrália.
O concerto teve apenas um set e foi mesmo inesperado, pelo menos para mim. Começou suavemente com o piano, uma das mãos dava a melodia e a outra tocava acordes repetitivos. O baixo também tocava apenas algumas notas, de forma mecânica. O baterista limitava-se a roçar os pratos, pousando as baquetas nas bordas, de forma quase inaudível. À primeira vista tudo parecia descoordenado e dissonante, como se não houvesse comunicação. Este formato foi-se intensificado, cada um dos músicos tocando as suas notas, criando um ambiente sincopado. E o caos começa a fazer sentido. È uma espécie de crescendo, através de movimentos repetitivos mas que aumentam de intensidade, que envolvem a assistência num estado de transe. A bateria começou a ganhar mais protagonismo, utilizando mais de um tipo de baquetas para retirar sons estranhos mas integrados nesta celebração. Como uma onda, os sons elevam-se, de início um murmúrio, agora movimentos vigorosos e mais variados que formam novas combinações entre os três músicos. A intensidade volta a baixar e saímos da fúria. O set acaba. A viagem durou cerca de uma hora
Acho que não consigo expressar bem esta experiência, apenas que aquilo foi mais que jazz. Foi tribal, minimalista, hipnótico, mas sem dúvida alguma, surpreendente.
O festival de Jazz em Agosto é uma boa oportunidade para conhecer novos géneros de jazz, artistas que não são tão conhecidos mas que arriscam sair dos parâmetros tradicionais.
The Necks são tudo menos tradicionalistas. O trio que vem de down under conta com Chris Abrahms no piano, Tony Buck bateria e Lloyd Swanton contrabaixo. Pelo que li no folheto apesar de não fazerem publicidade são um dos grupos mais vendidos na área do jazz e são uma banda de culto na Austrália.
O concerto teve apenas um set e foi mesmo inesperado, pelo menos para mim. Começou suavemente com o piano, uma das mãos dava a melodia e a outra tocava acordes repetitivos. O baixo também tocava apenas algumas notas, de forma mecânica. O baterista limitava-se a roçar os pratos, pousando as baquetas nas bordas, de forma quase inaudível. À primeira vista tudo parecia descoordenado e dissonante, como se não houvesse comunicação. Este formato foi-se intensificado, cada um dos músicos tocando as suas notas, criando um ambiente sincopado. E o caos começa a fazer sentido. È uma espécie de crescendo, através de movimentos repetitivos mas que aumentam de intensidade, que envolvem a assistência num estado de transe. A bateria começou a ganhar mais protagonismo, utilizando mais de um tipo de baquetas para retirar sons estranhos mas integrados nesta celebração. Como uma onda, os sons elevam-se, de início um murmúrio, agora movimentos vigorosos e mais variados que formam novas combinações entre os três músicos. A intensidade volta a baixar e saímos da fúria. O set acaba. A viagem durou cerca de uma hora
Acho que não consigo expressar bem esta experiência, apenas que aquilo foi mais que jazz. Foi tribal, minimalista, hipnótico, mas sem dúvida alguma, surpreendente.