2003/08/25
Delicacy
Reza a história que ainda na escola Richard Dorfmeister e o seu amigo Rupert Huber criam o grupo Dehli 9 no qual faziam experiências com K7’s, música indiana e letra poéticas.
Richard cresceu e formou parte de uma das duplas mais influentes da música electrónica, a K+D (com Peter Kruder) que se populariza pelos seus Dj sets e com o ultra famoso K&D Sessions (98). Entretanto florescem projectos paralelos; Kruder dedica-se aos Peace Orchestra e Dorfmeister volta a encontrar o seu amigo da adolescência com quem cria os Tosca. Parece que os projectos paralelos assumiram mais importância do que estava previsto no início porque o duo fantástico não voltou a editar nada de novo desde 98…
Os Tosca já têm uma carreira considerável (“Chocolat Elvis”, “Fuck Dub”, “Opera” e “Suzuki”) e tudo o que é compilação Chill Out tem o seu nome inscrito. Este ano editaram Dehli 9 (olha, não é que é o nome da primeira banda dos petizes?) uma continuidade na aposta de sonoridades dub e dowtempo.
Trata-se de um Cd duplo, sendo que o primeiro apresenta as criações da dupla e o segundo as peças minimalistas para piano de Huber, 12 no total. Em relação a trabalhos passados nota-se a incorporação de mais temas cantados, contam aliás com bastantes cantores convidados (Anna Clementi que também cantou em Suzuki, MC Sugar B, Graf Hadik e Earl Zinger), sendo por isso um cd menos de ambientes mas mais cada tema por si. Tenta-se também combinar novos instrumentos como flauta, piano (destaco a “Wonderful” com Earl Zinger) que torna o trabalho mais alegre e vivo.
Claro que a sensação com que se fica é de certa forma estar a repetir mais do mesmo (de “Suzuki” ), com o inconveniente de não ter a unidade que este trabalho apresentava. Realmente de entre os vários álbuns de música electrónica que conheço não existe outro com um alinhamento tão claro, tão coerente (um álbum aninhado entre pérolas, quem se pode esquecer de “Pearl in” e “Pearl out”?).
Por isso, apesar de ser uma experiência auditiva agradável, mesmo relaxante, fiquei com a sensação nítida de estar um degraus abaixo de “Suzuki”.
Uma última nota para registar que os Tosca passaram pelo Lux este Junho mas aquilo foi uma desilusão. Quiseram dar um tom reggae a muitos dos sons perfeitos de Suzuki e os cantores que acompanhavam o Dj Set (julgo que eram MC Sugar e Earl Zinger) resultaram ser uns chatos com muita incitação à “ganza” e outros gritos de guerra (ou de “não” à guerra). Mais ao menos o que aconteceu à actuação dos Nightmare on Wax no Meco, para quê estragar a música original incorporando coros e vozes soul/reggae/rasta man o quer que seja?
Um cheirinho de wonderful (foi o que se arranjou)
Richard cresceu e formou parte de uma das duplas mais influentes da música electrónica, a K+D (com Peter Kruder) que se populariza pelos seus Dj sets e com o ultra famoso K&D Sessions (98). Entretanto florescem projectos paralelos; Kruder dedica-se aos Peace Orchestra e Dorfmeister volta a encontrar o seu amigo da adolescência com quem cria os Tosca. Parece que os projectos paralelos assumiram mais importância do que estava previsto no início porque o duo fantástico não voltou a editar nada de novo desde 98…
Os Tosca já têm uma carreira considerável (“Chocolat Elvis”, “Fuck Dub”, “Opera” e “Suzuki”) e tudo o que é compilação Chill Out tem o seu nome inscrito. Este ano editaram Dehli 9 (olha, não é que é o nome da primeira banda dos petizes?) uma continuidade na aposta de sonoridades dub e dowtempo.
Trata-se de um Cd duplo, sendo que o primeiro apresenta as criações da dupla e o segundo as peças minimalistas para piano de Huber, 12 no total. Em relação a trabalhos passados nota-se a incorporação de mais temas cantados, contam aliás com bastantes cantores convidados (Anna Clementi que também cantou em Suzuki, MC Sugar B, Graf Hadik e Earl Zinger), sendo por isso um cd menos de ambientes mas mais cada tema por si. Tenta-se também combinar novos instrumentos como flauta, piano (destaco a “Wonderful” com Earl Zinger) que torna o trabalho mais alegre e vivo.
Claro que a sensação com que se fica é de certa forma estar a repetir mais do mesmo (de “Suzuki” ), com o inconveniente de não ter a unidade que este trabalho apresentava. Realmente de entre os vários álbuns de música electrónica que conheço não existe outro com um alinhamento tão claro, tão coerente (um álbum aninhado entre pérolas, quem se pode esquecer de “Pearl in” e “Pearl out”?).
Por isso, apesar de ser uma experiência auditiva agradável, mesmo relaxante, fiquei com a sensação nítida de estar um degraus abaixo de “Suzuki”.
Uma última nota para registar que os Tosca passaram pelo Lux este Junho mas aquilo foi uma desilusão. Quiseram dar um tom reggae a muitos dos sons perfeitos de Suzuki e os cantores que acompanhavam o Dj Set (julgo que eram MC Sugar e Earl Zinger) resultaram ser uns chatos com muita incitação à “ganza” e outros gritos de guerra (ou de “não” à guerra). Mais ao menos o que aconteceu à actuação dos Nightmare on Wax no Meco, para quê estragar a música original incorporando coros e vozes soul/reggae/rasta man o quer que seja?
Um cheirinho de wonderful (foi o que se arranjou)