2003/07/27
Rodrigo Leão "Pasión"
Forte da Cidadela - Cascais 26 de Julho
Pela primeira vez o Forte da Cidadela abriu as portas à música para a apresentação do álbum "Pasión" de Rodrigo Leão . Deixe-se a ressalva que "Pasión" é um registo ao vivo, num fundo um best off que reune temas de toda a sua discografia ("Ave Mundi", "Theatrum" e "Alma Mater").
Com um estilo algo inclassificável, um clássico que utiliza sintetizadores, tanto pode parecer um tema bossanova, como um tango ou mesmo de música de câmara. Erudita chamam-lhe. O grande público está pouco familiarizado com este trabalho desde a sua saída dos Madredeus (no entanto o recinto estava cheio). É daquele tipo de artistas que tem muito mais sucesso e reconhecimento fora de Portugal. Na realidade a primeira vez que ouvi falar dele foi através de um austríaco que estava absolutamente rendido.
A noite estava agradavelmente amena e o cenário não podia ser mais convidativo, um palco aninhado numa praceta sob um céu estrelado. Com uma sonoridade límpida de uma beleza por vezes comovente era quase divino. Tive a sensação de estar isolada numa vila qualquer, longe...
O concerto pareceu-me milimetricamente preparado. No início foi distribuído um folheto com uma breve descrição do percuso de Rodrigo Leão e o alinhamento das músicas, que foi escrupulosamente seguido (aliás o encore já estava programado foram as três últimas...). A acústica estava perfeita, assim como as luzes e a instalação de video . Todo este perfecionismo penso que deixou pouco espaço à improvisação e tornou a performance um pouco fria e cerebral. Aliado a isso, Rodrigo apenas se dirigiu ao público duas vezes, uma para agradecer a presença do público e dedicar o concerto ao filho e a segunda para apresentar a banda, nunca chegando a estabelecer uma verdadeira empatia . Se calhar também não precisava já que estava tudo muito bem explicadinho ...
Em palco estiveram um trio de cordas (violino, viola, violencelo), a acordionista Celina de Piedade, um baixo , guitarra e bateria. Os actuações respeitaram bastante os originais (pelo menos os temas do Alma Mater que é o que eu conheço melhor) e iam intercambiando peças instrumentais com actuações de Angela Silva que cantava em latim, mais um elemento clássico característico da sua música.
De início o público estava um tanto tímido mas a partir do Pasión instrumental ficou cativado. Como momentos altos da noite destaco o "Jeaux d'Amor" cantado por Celina , "Ave Mundi" e por último o "Pasión" vocalizado de novo por Celina (no entanto acho que aquele argentino devia ter sido mais fiel ao original interpretado por Lula Pena, o portunhol fica feio...).
No final houve uma ovação de pé ( igual ao que se passou em Madrid e Barcelona de onde a digressão vinha). Merecida!
Pela primeira vez o Forte da Cidadela abriu as portas à música para a apresentação do álbum "Pasión" de Rodrigo Leão . Deixe-se a ressalva que "Pasión" é um registo ao vivo, num fundo um best off que reune temas de toda a sua discografia ("Ave Mundi", "Theatrum" e "Alma Mater").
Com um estilo algo inclassificável, um clássico que utiliza sintetizadores, tanto pode parecer um tema bossanova, como um tango ou mesmo de música de câmara. Erudita chamam-lhe. O grande público está pouco familiarizado com este trabalho desde a sua saída dos Madredeus (no entanto o recinto estava cheio). É daquele tipo de artistas que tem muito mais sucesso e reconhecimento fora de Portugal. Na realidade a primeira vez que ouvi falar dele foi através de um austríaco que estava absolutamente rendido.
A noite estava agradavelmente amena e o cenário não podia ser mais convidativo, um palco aninhado numa praceta sob um céu estrelado. Com uma sonoridade límpida de uma beleza por vezes comovente era quase divino. Tive a sensação de estar isolada numa vila qualquer, longe...
O concerto pareceu-me milimetricamente preparado. No início foi distribuído um folheto com uma breve descrição do percuso de Rodrigo Leão e o alinhamento das músicas, que foi escrupulosamente seguido (aliás o encore já estava programado foram as três últimas...). A acústica estava perfeita, assim como as luzes e a instalação de video . Todo este perfecionismo penso que deixou pouco espaço à improvisação e tornou a performance um pouco fria e cerebral. Aliado a isso, Rodrigo apenas se dirigiu ao público duas vezes, uma para agradecer a presença do público e dedicar o concerto ao filho e a segunda para apresentar a banda, nunca chegando a estabelecer uma verdadeira empatia . Se calhar também não precisava já que estava tudo muito bem explicadinho ...
Em palco estiveram um trio de cordas (violino, viola, violencelo), a acordionista Celina de Piedade, um baixo , guitarra e bateria. Os actuações respeitaram bastante os originais (pelo menos os temas do Alma Mater que é o que eu conheço melhor) e iam intercambiando peças instrumentais com actuações de Angela Silva que cantava em latim, mais um elemento clássico característico da sua música.
De início o público estava um tanto tímido mas a partir do Pasión instrumental ficou cativado. Como momentos altos da noite destaco o "Jeaux d'Amor" cantado por Celina , "Ave Mundi" e por último o "Pasión" vocalizado de novo por Celina (no entanto acho que aquele argentino devia ter sido mais fiel ao original interpretado por Lula Pena, o portunhol fica feio...).
No final houve uma ovação de pé ( igual ao que se passou em Madrid e Barcelona de onde a digressão vinha). Merecida!