2003/07/11
Optimus Hype@meco
Sábado 5 de Julho de 2003
Os corneteiros estiveram em força no festival do Meco, tendo este corneteiro em particular ficado com um sabor agri-doce no final do festival....
Começo por explicar que tenho por hábito ouvir a rádio oxigénio, rádio essa que na promoção deste festival conseguiu dar o verdadeiro sentido à palavra "hype". Um ouvinte mais distraído pensaria que todo o entusiasmo desta rádio se devia à segunda vinda do Cristo à terra e não a um mísero festival de música de dança. Acresce que o cartaz deste ano, na opinião deste corneteiro, era mais fraco que o de anos anteriores. Talvez porque neste ano se tenha optado por uma viragem mais "mainstream", que certamente levou mais publico ao festival, mas perdeu-se assim a oportunidade de ver artistas menos conhecidos da área das novas tendências electrónicas... ou se calhar estou só a embirrar com o Moby (ver abaixo)...
O festival do Meco continua a ser uma grande confusão e desorganização, sobretudo ao nível dos acessos e do estacionamento, sendo um pesadelo para quem se descuida e sai de casa um bocadinho mais tarde, e ao nível do pó. Custa a perceber como é que na Zambujeira todos os anos se notam melhorias a este nível e no Meco nada melhora de ano para ano, pelo contrário vai é piorando pois cada vez mais público acorre ao festival. Como este festival mais parece uma feira ou um centro comercial, de tantas marcas que lá estão a tentar vender-nos qualquer coisa (sim, só faltava uma Worten a vender electrodomésticos de linha branca... será que alguém me explica porque é que até os relógios Fossil tinham uma autêntica loja dentro do recinto? Será que um relógio é uma compra de impulso? Vá savoir...) custa a perceber como é que não gastam o dinheiro dos patrocínios a melhorar as coisas, sobretudo o estacionamento, os transportes e os acessos...
Quanto aos concertos propriamente ditos, quase apetece dizer que a única nota verdadeiramente positiva vai para o concerto de Bjork, esse sim verdadeiramente espectacular quer ao nível musical quer ao nível dos efeitos em palco. Quem viu Bjork no Coliseu à cerca de sete anos atrás e como eu se lembra de um concerto fabuloso nessa altura não ficou desiludido. Bjork e os restantes músicos deram o litro em palco, com o público português a responder à altura. Mas como no melhor pano cai a nódoa, o concerto começou quando boa parte do público ainda estava preso nas enormes filas de trânsito ou a tentar estacionar o carro...
Quanto a Moby e aos Nigthmares on Wax (os Spaceboys que nos perdoem, mas os corneteiros ainda nem estavam no Meco quando estes actuaram), só ficou a desilusão. Moby terá talvez agradado ao seu público, que parecia ser bastante, mas não aos corneteiros, que dispensavam os seus comentários constantes e irritantes e os seus solos de guitarra à "Pseudo Rock Hero", parecendo mesmo bastante contente por estar a subverter um evento de música de dança com um concerto que foi 50% rock, incluindo covers dos Led Zep e dos Stooges... Os fãs que me perdoem, mas eu fazia-lhe o mesmo que Eminem lhe faz num seu video-clip (a Corneta é, afinal de contas, uma Moby-free zone!). Quanto aos Nigthmares on Wax, fica a desilusão de vocalizações que não resultaram ao vivo e que desiludiram (e muito) quem esperava encontrar a música calma e maioritariamente instrumental que se ouve nos discos...
Nas tendas, a corneta prestou especial atenção à actuação de Dzhian & Kamien e ao DJ set do Truby Trio, sendo que o mais que se pode dizer do primeiro é que não foi mau, com o conjunto de músicos em palco a trazer uma vertente orgânica à musica electrónica que se ouve nos discos do duo, embora as versões bastante diferentes que daí resultaram não tenham chegado para nos aquecer a alma, e do segundo é que até esteve bem para um DJ set, misturando músicas mais conhecidas com outras menos para manter a tenda a dançar apesar do cansaço de muitos dos festivaleiros.
Os corneteiros passaram também rapidamente pela actuação de DJ Dolores e Orquestra Santa Massa, que parecia estar bastante animada, e pela tenda Trance onde os festivaleiros mais "hardcore" se entretiam a dançar.
Num festival desta dimensão com um palco principal e várias tendas, é sempre difícil acompanhar tudo, uma vez que tantas coisas estão a acontecer em simultâneo. Ainda assim, de tudo o que vi e ouvi, fica a sensação que apenas Bjork se destacou verdadeiramente pela positiva. A impressão final que fica dos concertos é a de "muita parra e pouca uva", acrescida de uma monumental confusão nos acessos e estacionamentos que é suficiente para acabar com a paciência a um santo (sobretudo procurar o carro num parque que está totalmente às escuras e onde as diferentes áreas estão muito mal assinaladas... afinal de contas, porque raio é que para estacionar, há sempre alguém da organização para nos indicar o caminho... mas depois para encontrar o carro, não há sequer um candeeiro para iluminar o parque?).
Os corneteiros estiveram em força no festival do Meco, tendo este corneteiro em particular ficado com um sabor agri-doce no final do festival....
Começo por explicar que tenho por hábito ouvir a rádio oxigénio, rádio essa que na promoção deste festival conseguiu dar o verdadeiro sentido à palavra "hype". Um ouvinte mais distraído pensaria que todo o entusiasmo desta rádio se devia à segunda vinda do Cristo à terra e não a um mísero festival de música de dança. Acresce que o cartaz deste ano, na opinião deste corneteiro, era mais fraco que o de anos anteriores. Talvez porque neste ano se tenha optado por uma viragem mais "mainstream", que certamente levou mais publico ao festival, mas perdeu-se assim a oportunidade de ver artistas menos conhecidos da área das novas tendências electrónicas... ou se calhar estou só a embirrar com o Moby (ver abaixo)...
O festival do Meco continua a ser uma grande confusão e desorganização, sobretudo ao nível dos acessos e do estacionamento, sendo um pesadelo para quem se descuida e sai de casa um bocadinho mais tarde, e ao nível do pó. Custa a perceber como é que na Zambujeira todos os anos se notam melhorias a este nível e no Meco nada melhora de ano para ano, pelo contrário vai é piorando pois cada vez mais público acorre ao festival. Como este festival mais parece uma feira ou um centro comercial, de tantas marcas que lá estão a tentar vender-nos qualquer coisa (sim, só faltava uma Worten a vender electrodomésticos de linha branca... será que alguém me explica porque é que até os relógios Fossil tinham uma autêntica loja dentro do recinto? Será que um relógio é uma compra de impulso? Vá savoir...) custa a perceber como é que não gastam o dinheiro dos patrocínios a melhorar as coisas, sobretudo o estacionamento, os transportes e os acessos...
Quanto aos concertos propriamente ditos, quase apetece dizer que a única nota verdadeiramente positiva vai para o concerto de Bjork, esse sim verdadeiramente espectacular quer ao nível musical quer ao nível dos efeitos em palco. Quem viu Bjork no Coliseu à cerca de sete anos atrás e como eu se lembra de um concerto fabuloso nessa altura não ficou desiludido. Bjork e os restantes músicos deram o litro em palco, com o público português a responder à altura. Mas como no melhor pano cai a nódoa, o concerto começou quando boa parte do público ainda estava preso nas enormes filas de trânsito ou a tentar estacionar o carro...
Quanto a Moby e aos Nigthmares on Wax (os Spaceboys que nos perdoem, mas os corneteiros ainda nem estavam no Meco quando estes actuaram), só ficou a desilusão. Moby terá talvez agradado ao seu público, que parecia ser bastante, mas não aos corneteiros, que dispensavam os seus comentários constantes e irritantes e os seus solos de guitarra à "Pseudo Rock Hero", parecendo mesmo bastante contente por estar a subverter um evento de música de dança com um concerto que foi 50% rock, incluindo covers dos Led Zep e dos Stooges... Os fãs que me perdoem, mas eu fazia-lhe o mesmo que Eminem lhe faz num seu video-clip (a Corneta é, afinal de contas, uma Moby-free zone!). Quanto aos Nigthmares on Wax, fica a desilusão de vocalizações que não resultaram ao vivo e que desiludiram (e muito) quem esperava encontrar a música calma e maioritariamente instrumental que se ouve nos discos...
Nas tendas, a corneta prestou especial atenção à actuação de Dzhian & Kamien e ao DJ set do Truby Trio, sendo que o mais que se pode dizer do primeiro é que não foi mau, com o conjunto de músicos em palco a trazer uma vertente orgânica à musica electrónica que se ouve nos discos do duo, embora as versões bastante diferentes que daí resultaram não tenham chegado para nos aquecer a alma, e do segundo é que até esteve bem para um DJ set, misturando músicas mais conhecidas com outras menos para manter a tenda a dançar apesar do cansaço de muitos dos festivaleiros.
Os corneteiros passaram também rapidamente pela actuação de DJ Dolores e Orquestra Santa Massa, que parecia estar bastante animada, e pela tenda Trance onde os festivaleiros mais "hardcore" se entretiam a dançar.
Num festival desta dimensão com um palco principal e várias tendas, é sempre difícil acompanhar tudo, uma vez que tantas coisas estão a acontecer em simultâneo. Ainda assim, de tudo o que vi e ouvi, fica a sensação que apenas Bjork se destacou verdadeiramente pela positiva. A impressão final que fica dos concertos é a de "muita parra e pouca uva", acrescida de uma monumental confusão nos acessos e estacionamentos que é suficiente para acabar com a paciência a um santo (sobretudo procurar o carro num parque que está totalmente às escuras e onde as diferentes áreas estão muito mal assinaladas... afinal de contas, porque raio é que para estacionar, há sempre alguém da organização para nos indicar o caminho... mas depois para encontrar o carro, não há sequer um candeeiro para iluminar o parque?).